John Shackleton viu ser-lhe diagnosticada hemofilia B, em 1983, aos seis anos. Uma doença rara que surge quando a produção do fator IX da coagulação do sangue é insuficiente. Na altura, dirigiu-se com a mãe ao Blackburn Royal Infirmary Hospital, no noroeste de Inglaterra, onde começou a receber transfusões de sangue. Segundo o médico, tal permitir-lhe-ia viver uma vida normal. “Eu era filho único e a minha mãe solteira e, por isso, muito protetora. Foi-lhe assegurado que não existiam quaisquer riscos neste tratamento”, relata o britânico, casado e com dois filhos.
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“Dia vergonhoso”: passados 40 anos, mais de 30 mil pessoas infetadas com sangue contaminado vão ser indemnizadas
Relatório estima que pelo menos 30 mil britânicos tenham contraído hepatite ou sida ao serem tratadas com sangue contaminado em hospitais públicos. A tragédia podia ter sido “evitada em larga medida”. Primeiro-ministro fala num dia “vergonhoso para o Estado britânico”. Indemnizações começam a ser pagas no final do ano e podem custar ao Estado mais de 11 mil milhões de euros