“Parece que estamos de volta à pandemia”, desabafam pais e alunos. Após três anos conturbados, este setembro no Reino Unido volta a estar envolto em incerteza e receio, pelo menos nas 156 escolas identificadas como tendo betão celular autoclavado (RAAC, na sigla inglesa) em mau estado. “É o famoso cimento-chocolate”, descreve Adrian Tagg, numa referência aos conhecidos chocolates Aero, que têm bolhas de ar no meio. “Este betão, usado a partir da II Guerra Mundial, sobretudo por ser mais barato e fácil de empregar, não é um perigo em si, mas, como todos os materiais, tem um prazo útil de vida”, explica o investigador da Universidade de Reading. Prazo que parece ter chegado ao fim em mais de uma centena de escolas.
O alerta foi dado pelo Serviço Independente de Auditoria do Reino Unido, ainda em junho, mas a indicação de que não se podem utilizar estes edifícios só chegou no fim de agosto, surpreendendo professores, pais e alunos. O Governo divulgou, quarta-feira, a lista oficial de escolas afetadas, que deve aumentar nos próximos dias. Para já, 19 adiaram o regresso às aulas, quatro vão estar exclusivamente em telescola, e 20 em regime híbrido. As restantes vão utilizar instalações alternativas.