“Estou bem, só não dormi. Não posso mesmo ficar sem sítio onde dormir. O que é que me aconselha a fazer?” Esta foi uma das mensagens que o advogado de direitos humanos Brian Dikoff recebeu de um dos requerentes de asilo que estão a ser transferidos dos hotéis onde atualmente vivem para o barco-hotel “Bibby Stockholm”, remodelado a pedido do Governo britânico para poder receber 500 homens, com idades compreendidas entre os 18 e os 65 anos, que ainda esperam a decisão aos seus pedidos de asilo. “Então, para já, o melhor é aceitar ser transferido e se surgirem problemas podemos tentar falar com o Ministério do Interior para o retirar de lá”, respondeu Dikoff.
Esta troca de mensagens, que o advogado publicou no Twitter, rapidamente se tornou viral. Alguns comentários destacam desta pequena interação a imprevisibilidade e instabilidade que o Governo britânico está a criar na vida de pessoas que, na maioria dos casos, fugiram de guerras, violência, fome ou desastres naturais. Porém, o primeiro-ministro, Rishi Sunak, está apostado em tentar reduzir o número de pessoas que chegam em barcos à costa sul de Inglaterra, que em 2022 atingiram um número nunca registado, cerca de 46 mil, e alega que os custos de alojar estas pessoas em hotéis (por vezes, ainda que raramente, em hotéis de quatro estrelas quando não existem outras opções), são demasiado elevados para os contribuintes.