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Guerra no Médio Oriente

Netanyahu pode congratular-se, mas o Irão tem uma carta na manga: cessar-fogo numa guerra inacabada

A fragilidade do cessar-fogo entre Israel e o Irão é evidente para os analistas. Aliás, terá havido de facto acordo? De momento, o efeito dissuasor pode estar mesmo do lado de Donald Trump

Donald Trump e Benjamin Netanyahu
Alex Wong

O cessar-fogo é muito frágil e Israel afirma que já foi violado, com um ataque de mísseis iranianos. O que acontecer nas próximas horas determinará se se manterá. Mesmo se se mantiver – e é um grande “se” –, a questão-chave será se inaugura um período de paz duradoura ou apenas uma breve pausa antes de um novo conflito.

Há apenas dois dias, Washington ultrapassou uma linha vermelha, ao entrar na guerra contra o Irão, ao lado de Israel, e bombardeando as três principais instalações nucleares iranianas. Teerão retaliou, mas não sem antes avisar os Estados Unidos de que atingiria a sua maior base aérea no Médio Oriente, sem danos ostensivos.

No entanto, o Catar, onde se encontra a base americana atacada na segunda-feira à tarde, tornou-se, desde os ataques do Hamas de 7 de outubro de 2023, um mediador habilidoso. Em poucas horas, e mesmo depois de Doha ter declarado que tinha o “direito de responder” ao ataque com mísseis iranianos, Donald Trump anunciou um cessar-fogo após 12 dias de conflito, e até cunhou um termo para o definir: a Guerra dos Doze Dias.