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Guerra no Médio Oriente

Plano para Riviera no Médio Oriente tira “direitos palestinianos da agenda” para sempre, mas pode também não interessar a Israel

Onde há escombros, Trump vê uma oportunidade de negócio. Mas os planos para empreender em Gaza uma “Riviera do Médio Oriente” são, além de vagos, preocupantes, de acordo com os analistas. Uma fantasia perigosa ou um plano ambicioso para mudar para sempre a História da região?

Quando Donald Trump recebeu Benjamin Netanyahu na Casa Branca
Chip Somodevilla

Já no seu primeiro mandato Donald Trump intentava reconfigurar o mapa do Médio Oriente, ao construir uma “bela” embaixada dos EUA em Jerusalém, como lembrou o Presidente norte-americano na noite passada. Mas o encontro de Trump com Benjamin Netanyahu, o primeiro líder estrangeiro a visitar a Casa Branca desde a posse, motivou outras considerações sobre Gaza, que preocuparam Estados inteiros, ativistas e analistas de todo o mundo. Gaza é “um lugar de azar” há muito tempo, refletiu Trump, como se estivesse, como aponta o “Guardian”, a referir-se a uma casa assombrada.

Trump determinou, unilateralmente, que os palestinianos viveram em Gaza “uma existência miserável”, pelo que não desejarão continuar ali, o que só farão se não tiverem uma alternativa. O Presidente norte-americano tem, para isso, uma panaceia: 1,8 milhões de palestinianos deveriam ser abrigados “por países vizinhos de grande riqueza”. Os EUA assumirão o controlo da Faixa de Gaza para ”desenvolvê-la, criar milhares e milhares de empregos, e será algo de que todo o Médio Oriente se poderá orgulhar”, garantiu.