Para a diretora na Europa da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos (UNRWA), o atual “nível de devastação, doença e morte” não tem paralelo nos últimos 75 anos. Marta Lorenzo, que viveu duas décadas em Israel, reconhece que a sociedade está “traumatizada” e “em estado de choque” com os ataques do Hamas a 7 de outubro do ano passado.
Contudo, “não é do interesse de Israel isolar-se”, que é precisamente o que faz ao declarar o secretário-geral da ONU persona non grata ou proibir as atividades da UNRWA, refere. Em entrevista ao Expresso, nas Conferências do Estoril 2024, a responsável denuncia o que diz ser uma tentativa de afastar “um dos temas mais controversos de quaisquer negociações políticas”. “Não haverá discussões entre as partes sobre a questão dos refugiados palestinianos se a UNRWA acabar por ser desmantelada”, justifica.