Apesar de não ser tema confortável entre os que defendem as ações de Israel após o 7 de outubro, não é novidade nem segredo que as autoridades israelitas sabiam que o Hamas estava a planear um ataque em massa pelo menos um ano antes de ele acontecer. O jornal americano “The New York Times” escreveu essa notícia mês e meio após a matança de há um ano. Os relatórios existem, o jornal leu-os e escreveu sobre eles. Ninguém negou o conteúdo dos artigos.
Na altura, a complexidade do plano descrito, a quantidade de material militar que seria necessária e os objetivos do alegado ataque levaram ao descrédito dos avisos que chegaram, diz o periódico, às mais altas esferas militares. Não é certo que tenha chegado às chefias políticas.
Um grupo específico de membros do exército israelita esteve sempre consciente do que estava a acontecer do outro lado da fronteira, em Gaza, mas ninguém quis dar-lhe ouvidos. Esse grupo tem o nome informal de scouts, todas do sexo feminino, jovens colocadas em posições de vigia perto das fronteiras com os territórios ocupados. Observavam há meses e reportavam aos seus superiores todos os exercícios militares dos membros do Hamas.