Gershon Baskin não vai parar de lutar pelo fim da guerra em Gaza. Apesar dos seus 68 anos, das desilusões com interlocutores palestinianos e de outras “muito maiores” com o seu próprio Governo em Telavive, o negociador de paz ao serviço de Israel, em regime informal, diz ter um plano que já foi aceite pelo Hamas. Falta só a assinatura de Benjamin Netanyahu. O primeiro-ministro israelita, acredita Baskin, está a bloquear o regresso dos reféns de forma a poder continuar a dizer que só a força militar impiedosa sobre Gaza poderá trazê-los de volta.
Baskin não é eleitor de Netanyahu, entende qualquer um nos primeiros cinco minutos de conversa. Tampouco é ativista pela causa palestiniana que algum dia vá ser ouvido a defender que o Hamas é primeiramente uma “força de resistência”. Nem sequer diz que os seus contactos no grupo terrorista são “moderados” ou sequer que defendem a existência de Israel. Dá-se apenas o caso de se sentir na obrigação de falar “com todo o tipo de pessoas” para conseguir recuperar os israelitas presos em Gaza e os palestinianos presos em Israel. É que nem todos têm culpa formada.