Guerra no Médio Oriente

Prolongada prisão de soldados israelitas acusados de violar detido palestiniano

Um relatório recente da organização B'Tselem sugere que abusos contra os prisioneiros palestinianos ocorrem em todo o sistema prisional israelita

Ahmad Gharabli/AFP via Getty Images

Um tribunal militar israelita prolongou por mais duas semanas a ordem de prisão domiciliária dos cinco soldados israelitas acusados de violar um prisioneiro palestiniano na prisão de Sde Teiman, no sul do país.

O tribunal colocou a possibilidade de uma audiência no próximo dia 25 de agosto para que a defesa apresente uma alternativa à detenção antes de o Ministério Público apresentar as suas acusações.

O julgamento decorre desde o final de julho e, ao longo dos vários depoimentos, o tribunal militar argumentou que as provas recolhidas até agora mostram "suspeitas razoáveis da prática dos atos".

No total, 10 militares foram detidos e metade deles libertados depois de o Ministério Público Militar ter fornecido novas informações sobre o caso.

O grupo é suspeito de ter cometido um crime de "sodomia agravada", considerado equivalente a uma acusação de violação, segundo o exército israelita.

O jornal ‘Times of Israel’ identifica a vítima como um polícia do movimento islamita Hamas que tinha sido detido na Faixa de Gaza.

"Chegou ao hospital em estado de risco de vida, com ferimentos na parte superior do corpo e uma lesão grave no reto", revelou a organização não-governamental (ONG) israelita Médicos pelos Direitos Humanos.

A prisão de Sde Teiman tem sido alvo de queixas dos prisioneiros e das organizações internacionais que denunciam o recurso sistemático à tortura.

Desde o início da guerra em Gaza, há mais de 10 meses, milhares de palestinianos foram levados para Sde Teiman, localizada no deserto do Negev, no sul do país.

Um relatório recente da organização B'Tselem sugere que abusos contra os prisioneiros palestinianos ocorrem em todo o sistema prisional israelita.

Segundo a ONG, as autoridades israelitas praticam tortura, espancamentos, privação de sono e de alimentos, assim como agressões sexuais em áreas sem câmaras de segurança contra os palestinianos, muitos dos quais detidos sem acusação formal.