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Guerra no Médio Oriente

“Israel disse querer acabar com o Hamas, mas acho que o objetivo real é apenas vingarem-se de 7 de outubro: estão a criar o seu Vietname”

A taxa de mortalidade provocada pela guerra é elevada comparativamente a outras? Depende, porque há duas fases do conflito que opõe Israel ao Hamas: uma em que o número de fatalidades era elevadíssimo; outra que coincide com o processo interposto pela África do Sul contra um alegado genocídio inflingido pelos israelitas aos palestinianos. Michael Spagat, que estuda a mortandade nas guerras, guia-nos neste complexo enredo

Mohammed Salem/Reuters

Em média, entre 300 e 400 pessoas morriam diariamente em Gaza durante as primeiras semanas que se sucederam ao ataque de 7 de outubro em território israelita. O ritmo de mortes nesta guerra tem sido “excecionalmente elevado”, diz, em entrevista ao Expresso, o professor Michael Spagat, especializado no exame do número de mortos em conflitos em todo o mundo, como a guerra do Iraque, em 2003, o conflito civil na Colômbia, as guerras na República Democrática do Congo, e conflitos anteriores entre Israel e Gaza. Comparando-as, a guerra em Gaza não tem precedentes, tanto pelo número de pessoas mortas, como pela matança indiscriminada, defende o investigador.