Os bombardeamentos das forças israelitas mataram pelo menos 21 pessoas ao atingirem um conjunto de tendas em Al-Mawasi, zona costeira para onde Israel aconselhou os civis de Rafah a deslocarem-se por razões de segurança, depois de um ataque aéreo israelita a um outro campo ter suscitado a condenação mundial.
Pelo menos 12 dos mortos eram mulheres, segundo as autoridades médicas do enclave palestiniano controlado pelo Hamas. As forças israelitas negam ter atacado o local classificado como “zona humanitária alargada”. No centro de Rafah, tanques e veículos blindados equipados com metralhadoras foram vistos perto da mesquita Al-Awda, um marco da cidade, disseram testemunhas à Reuters.
Outras notícias do dia:
⇒ Espanha, Noruega e Irlanda reconheceram oficialmente a Palestina como Estado e prometeram responder de forma “coordenada, serena e firme” às “provocações, ataques e boatos infames” de Israel, garantiu o ministro espanhol dos Negócios Estrangeiros, José Manuel Albares.
⇒ “Não é apenas uma questão de justiça histórica”, que responde a “aspirações legítimas” do povo palestiniano, “é uma necessidade perentória” para alcançar a paz, salientou o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, sobre a decisão. O ministro israelita dos Negócios Estrangeiros, Israel Katz, acusou Sánchez de ser “cúmplice do genocídio judeu” por reconhecer o Estado palestiniano.
⇒ O Presidente palestiniano, Mahmoud Abbas, agradeceu o reconhecimento oficial da Palestina por parte dos três países, uma decisão que qualificou de corajosa e que diz demonstrar um consenso internacional para pôr fim ao conflito na Faixa de Gaza.
⇒ O embaixador da Palestina em Lisboa, Nabil Abuznaid, afirmou esperar que Portugal se junte ao reconhecimento, enquanto o embaixador israelita, Dor Shapira, considerou ser uma “decisão vergonhosa” e disse esperar que Portugal “mantenha a posição” de reconhecer “no momento e com os intervenientes certos”.
⇒ O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, defendeu “esforços urgentes” para fortalecer o “novo Governo palestiniano” e as respetivas instituições, incluindo a preparação da Autoridade Palestiniana para “reassumir as suas responsabilidades” em Gaza.
⇒ O exército israelita atribuiu o incêndio que matou 45 pessoas num campo de deslocados em Tel al-Sultan, no oeste de Rafah, à explosão de munições armazenadas em instalações do Hamas próximas das que bombardeou. “Foi um incidente devastador que não esperávamos que acontecesse. As nossas munições, por si sós, não podem ter causado aquele incêndio devastador”, declarou o porta-voz Daniel Hagari, que insistiu que a investigação ainda não está concluída.
⇒ O presidente da organização não-governamental Médicos Sem Fronteiras, Christos Christou, criticou o bombardeamento “indiscriminado e desproporcional” de civis em Gaza por parte de Israel, lamentando a impunidade com a qual o direito humanitário internacional é violado no enclave palestiniano. “Não há ninguém seguro em Gaza”, sublinhou.
⇒ O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês expressou “profunda preocupação” com as “operações militares israelitas em curso contra Rafah”. “Exigimos que todas as partes protejam os civis e as instalações civis e instamos Israel a dar ouvidos ao apelo da comunidade internacional e a cessar os seus ataques a Rafah”, afirmou Mao Ning.
⇒ As autoridades de Gaza indicaram que um hospital de campanha e um centro médico em Rafah estão “fora de serviço” devido à “bárbara incursão israelita” na cidade. A Organização Mundial da Saúde advertiu que as evacuações médicas da Faixa de Gaza foram interrompidas desde o início dos bombardeamentos israelitas em Rafah, há três semanas, o que poderá causar a morte de mais palestinianos.
⇒ O exército israelita anunciou estar envolvido em combates no corredor de passagem que liga Rafah, no sul de Gaza, à fronteira do Egito. Os militares “operaram durante a noite no Corredor de Filadélfia”, onde atuaram contra “alvos terroristas e infraestruturas” do Hamas.
⇒ Um navio foi danificado por mísseis ao largo da costa do Iémen, onde os rebeldes hutis têm intensificado os ataques à navegação mercante. O navio foi “alvo de três mísseis a cerca de 54 milhas náuticas a sudoeste de Hodeida”, informou a empresa britânica de segurança marítima Ambrey.
⇒ A sessão do Parlamento francês foi suspensa nesta terça-feira após o deputado Sébastien Delogu, do partido de esquerda radical França Insubmissa, erguer uma bandeira da Palestina no hemiciclo durante uma pergunta ao Governo sobre a situação na Faixa de Gaza.
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