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Guerra no Médio Oriente

Israel pode perder o apoio internacional para os ataques em Gaza? “A posição dos EUA é cada vez mais insustentável”

Até ao momento, os EUA transmitiram mensagens contraditórias. Por um lado, a Casa Branca absteve-se na votação do Conselho de Segurança da ONU. Por outro lado, Biden também afirmou que a guerra terminaria quando o Hamas já não fosse capaz de matar israelitas. Mas os ataques ao hospital Al-Shifa, a intensidade dos combates e as numerosas mortes em Gaza colocam os EUA numa posição delicada. Biden e outros líderes mundiais podem até querer colocar limites ao seu apoio a Israel, mas isso não quer dizer que Netanyahu lhes vá dar ouvidos

Joe Biden e Benjamin Netanyahu
MIRIAM ALSTER

“Biden e o seu Governo estão nervosos há já algum tempo por causa dos planos israelitas", não hesita em dizer ao Expresso Sean Foley, professor de História na Universidade do Tennessee Central, nos Estados Unidos, e perito em História do Médio Oriente. Os EUA, principal esteio do apoio internacional que os israelitas têm recebido desde 7 de outubro, adotaram, desde o início da guerra, por uma espécie de abordagem contraditória: à porta fechada, aconselham cautela; publicamente, assumem um apoio (quase) ilimitado ao direito de Israel à autodefesa. E os seus limites têm realmente vindo a ser testados.

As mudanças no discurso norte-americano podem parecer ténues, mas são, de facto, apreciáveis, expõem os analistas consultados pelo Expresso. A autoridade e influência de Washington são reconhecidas, e também para este caso são relevantes: Israel pode mesmo vir a perder o apoio internacional com que tem contado desde os ataques do Hamas, no mês passado.