A Agência France Presse, com base em fontes no terreno, está a avançar que as forças rebeldes da Síria estão já em Maadamiyah -- nos subúrbios capital da Síria, Damasco -- procurando cercar a cidade onde estão as forças militares de apoio ao Presidente. Um dos comandantes dos insurgentes, Assan Abdul-Ghani, colocou uma mensagem no Telegram dizendo que as suas tropas se preparam para a "etapa final", acrescenta a Associated Press.
Ao início da tarde deste domingo, o gabinete do Presidente negou que Assad tenha abandonado a capital, condenando os "rumores e falsas notícias", garantindo que continua a trabalhar no Palácio presidencial. Nas últimas horas, alguns analistas e observadores do conflito têm levantando suspeitas sobre a veracidade dessas afirmações, uma vez que já há vídeos de tanques e outros veículos rebeldes muito perto do Palácio Presidencial.
Em comunicado, o exército oficial, que luta pela manutenção do regime, informou que as forças que operam em Daraa e Soueida optaram por uma retirada estratégica e estabeleceram um cordão defensivo e de segurança depois de "elementos terroristas" terem atacado os postos de controlo do exército com o objetivo de distrair as Forças Armadas que começaram a tentar recuperar o controlo em Homs e Hama, duas cidades que os rebeldes conquistaram nos últimos dias e que o regime tenta agora recuperar.
As autoridades iraquianas informaram entretanto que autorizaram a entrada de cerca de dois milhares de soldados do Exército sírio que fugiram do conflito, incluindo alguns militares feridos. De acordo com um alto funcionário de segurança, cerca de dois mil soldados sírios que fugiram do conflito entraram no Iraque através do posto fronteiriço de Al-Qaim e vários militares feridos foram hospitalizadas para tratamento nesta localidade no oeste do país.
O Governo de Bagdade -- composto por partidos pró-Irão - manifestou o seu apoio ao regime sírio, mas está preocupado com as repercussões regionais do clima de instabilidade na Síria, onde grupos rebeldes liderados por radicais islamitas lideram uma ofensiva contra as forças governamentais.
As autoridades iraquianas enviaram veículos blindados para reforçar a segurança na fronteira de mais de 600 quilómetros entre o Iraque e a Síria. "O Iraque não quer intervir militarmente na Síria", explicou o porta-voz do Governo iraquiano Bassim al-Awady, acrescentando que o seu país empreendeu "esforços políticos e diplomáticos excecionais" para encontrar uma solução para a crise no país vizinho.
Donald Trump, de visita a Paris, conseguiu tirar uns minutos para escrever na sua rede social, a TruthSocial, o que pensa destes desenvolvimentos. “Os combatentes da oposição na Síria, numa ação sem precedentes, tomaram inúmeras cidades, numa ofensiva altamente coordenada, e estão agora nos arredores de Damasco, preparando-se obviamente para dar um grande passo no sentido de derrubar Assad. A Rússia, por estar tão envolvida na Ucrânia, e com a perda de mais de 600.000 soldados, parece incapaz de parar esta marcha pela Síria, um país que protegeu durante anos”, escreveu Trump, não poupando a Putin humilhação de referir as suas pesadas perdas na Ucrânia.
Logo de seguida escreveu uma crítica ao antigo Presidente Barack Obama, que, no entender de Trump, falhou na demarcação de linhas vermelhas e permitiu à Rússia intervir e sair reforçada na Síria. Em todo o caso, escreveu o Presidente-eleito, “Síria é uma confusão, não é nossa amiga, e OS ESTADOS UNIDOS NÃO DEVEM TER NADA A VER COM ISSO. ESTA NÃO É A NOSSA LUTA. DEIXEM QUE ELA SE DESENROLE. NÃO SE ENVOLVAM!”