Médio Oriente

Netanyahu avisa que Hezbollah "pagará um preço elevado por ataque" que causou 11 mortos

O primeiro-ministro israelita disse que o Hezbollah "pagará um preço elevado" pelo ataque nos Montes Golã, embora o grupo islamita tenha negado “categoricamente” qualquer ligação ao incidente. Os Estados Unidos já declararam "apoio indefetível" a Israel

O campo de futebol atacado por mísseis em Majdal Shams, Israel
Samir Abdalhade/Anadolu via Getty Images

Benjamin Netanyahu avisou, este sábado, que o Hezbollah "pagará um preço elevado por este ataque, um preço que não pagou até agora", após um ataque aos Montes Golã que fez várias vítimas, entre elas 11 crianças, de acordo com as autoridades israelitas. Este foi o ataque mais mortífero contra um alvo civil israelita ao longo da fronteira norte do país desde o início dos combates entre Israel e o grupo militante libanês Hezbollah, no dia seguinte ao ataque do Hamas no sul de Israel, em 7 de outubro.

Embora Israel tenha culpado o Hezbollah pelo ataque, ainda não há confirmação sobre a origem do mesmo. Da parte do grupo islamita, houve um rápido afastamento de qualquer responsabilidade através de um comunicado em que afirmou não ter "qualquer ligação com o incidente" e negou “categoricamente todas as falsas alegações”. Ainda assim, o crescimento das tensões suscita o receio de uma guerra regional mais vasta.

O ataque com foguetes este sábado num campo de futebol na cidade de Majdal Shams — na fronteira entre o norte de Israel, sul do Líbano e a Jordânia — matou, pelo menos, 11 crianças e adolescentes, segundo as autoridades israelitas. As forças armadas israelitas consideraram o acontecimento "muito grave" e afirmaram que agiriam em conformidade. "O Hezbollah disparou um foguete contra crianças que jogavam futebol no norte de Israel. Depois mentiu e afirmou que não tinha sido ele a efetuar o ataque", declarou o porta-voz principal do exército, o contra-almirante Daniel Hagari.

"Não há dúvida de que o Hezbollah ultrapassou todas as linhas vermelhas e a resposta refletirá isso", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Israel Katz, ao Canal 12 de Israel. "Estamos a aproximar-nos do momento em que enfrentaremos uma guerra total", acrescentou.

O porta-voz principal do Hezbollah, Mohammed Afif, disse à Associated Press que o grupo "nega categoricamente a realização de um ataque a Majdal Shams". É invulgar o Hezbollah negar um ataque.

O ataque no campo de futebol, pouco antes do pôr do sol, seguiu-se a outros incidentes violentos hoje na região transfronteiriça entre Israel e o Líbano, nos quais o Hezbollah diz ter perdido três dos seus combatentes, sem especificar onde. Os militares israelitas afirmaram que a sua força aérea tinha como alvo um depósito de armas do Hezbollah na aldeia fronteiriça de Kfar Kila, acrescentando que os militantes libaneses se encontravam no seu interior na altura.

O Hezbollah afirmou que os seus combatentes levaram a cabo nove ataques diferentes, utilizando foguetes e drones explosivos contra postos militares israelitas, o último dos quais teve como alvo o comando militar da Brigada Haramoun, em Maaleh Golani, com morteiros Katyusha.

O gabinete de Benjamin Netanyahu, que se encontra em visita aos Estados Unidos, anunciou que o chefe de Governo irá encurtar a sua viagem em várias horas, sem especificar quando regressará a Israel e irá reunir o Gabinete de Segurança.

Imagens transmitidas pelo Canal 12 israelita mostraram uma grande explosão num dos vales junto a Majdal Shams, que Israel conquistou à Síria na guerra do Médio Oriente de 1967 e anexou em 1981.

Israel e o Hezbollah têm vindo a trocar ataques desde o dia seguinte ao ataque do Hamas no sul de Israel em 7 de outubro. Nas últimas semanas, a troca de tiros ao longo da fronteira entre o Líbano e Israel intensificou-se, com os ataques aéreos israelitas e os ataques com foguetes e drones do Hezbollah a atingirem vários locais cada vez mais longe da fronteira.

A violência deste sábado ocorre num momento em que Israel e o Hamas estão a ponderar uma proposta de cessar-fogo que ponha termo à guerra de quase 10 meses e liberte os cerca de 110 reféns que permanecem em cativeiro em Gaza.

EUA manifesta "apoio indefetível" a Israel após ataque

Algumas horas após ter sido divulgado o ataque, a Casa Branca reafirmou o "apoio indefetível" a Israel. "Os Estados Unidos continuarão a apoiar os esforços para pôr termo a estes terríveis ataques" na fronteira entre o Líbano e Israel, afirmou um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, considerando-os “uma prioridade absoluta” depois de um ataque com 'rockets 'no início do dia a uma cidade nos Montes Golã, anexados por Israel, ter matado 11 crianças e adolescentes.

Os Estados Unidos da América são um dos mais importantes aliados de Israel e têm ficado ao lado do executivo de Netanyahu no conflito com o Hamas.