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Guerra na Ucrânia

Zelensky não vai à reunião no Alasca, mas deixa aviso: o que resta do Donbas não pode ser cedido

Não se sabe se o pragmatismo acabará por levar a melhor sobre a justiça, mas, para já, o Presidente da Ucrânia e os seus aliados europeus parecem ter encontrado uma voz: nenhuma decisão sobre a guerra tem validade se não tiver o aval de Kiev. Os chefes de Estado americano e russo encontram-se esta sexta-feira e as expectativas de resolução do conflito são baixas

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Hesham Elsherif

Esta sexta-feira o Presidente dos Estados Unidos da América (EUA) vai receber em solo americano, no Alasca, um homem que tem sobre si um mandado de captura do Tribunal Penal Internacional por suspeita de crimes de guerra. Os EUA não são membros daquele tribunal.

Vladimir Putin, Presidente da Rússia, foi convidado para uma reunião com Donald Trump sem ter de aceitar nenhuma condição prévia, e o inquilino da Casa Branca já afirmou que o encontro servirá para “perceber o que vai na cabeça” do seu homólogo. “Para reverter esta situação seria preciso Trump fazer algo dramático, como aprovar uma enorme entrega de armas à Ucrânia, mas não antevejo nada do género”, diz ao Expresso Mark Cancian, do Centro Internacional para os Estudos Estratégicos.

Não é impossível, se Putin se mostrar demasiado inflexível, que Trump responda com ações que possam apoiar a Ucrânia. Já vimos isso antes. Mas há outros elementos do Governo, em particular o vice-presidente, J.D. Vance, que são totalmente contra dar mais mais ajuda à Ucrânia, por isso não me parece possível que o encontro se revele proveitoso para o lado dos ucranianos, sobretudo quando é a Rússia que tem, neste momento, vantagem na guerra”, prossegue o analista.