“Os números hoje aceites pelos demógrafos ucranianos são de 207.111 tártaros da Crimeia deportados entre 18 e 20 de maio de 1944. Destes, 24% perderam a vida durante a viagem de comboio ou mais tarde nos povoados onde foram fixados”, afirma Martin-Oleksandr Kisly, historiador da Crimeia, professor e investigador da Universidade Academia Mohyla de Kiev.
Khrushchov reconheceu que a deportação foi criminosa, mas nada fez para os trazer de volta. E em 1954 tornou a Crimeia parte da Republica Soviética Ucraniana, num gesto de “confiança e amizade entre os povos”, aquando da celebração dos 300 anos do tratado de Pereiaslav, que marcou o início da relações militares e políticas entre Hetmanato dos Cossacos (Ucrânia) e o Império Russo. Os cossacos perderam a autonomia dez anos depois. Mas as verdadeiras razões da cedência da Crimeia à Ucrânia prendiam-se com declínio demográfico e económico da península no pós-guerra.