O seu currículo profissional ocupa dez páginas em PDF. Nicolas Tenzer é conhecido pelo contributo que deu para a área da política internacional, geopolítica, estratégia e diplomacia, mas também é empresário em consultoria de risco e, desde 2014, professor na Sciences-Po, Escola de Assuntos Internacionais de Paris.
França, onde nasceu em 1961, já o enviou em diversas delegações diplomáticas como conselheiro: Jordânia, Marrocos, Bahrein, Indonésia, são apenas alguns dos países enumerados no subtítulo “missões” do seu percurso.
Editou revistas literárias e de assuntos internacionais, escreve newsletters sobre política russa, é investigador do Centro Europeu de Análise de Políticas (CEPA) e, entre os 23 livros que publicou, identificam-se os mais diversos mergulhos intelectuais: da corrupção na política ao liberalismo económico, da história das ideias à crítica do isolacionismo promovido pelos partidos populistas passando por ensaios na área da futurologia onde imagina um mundo dominado por algumas das nações que consideramos periféricas, pouco faltará explorar.
Tenzen, sem surpresas, diz que falta escrever sobre quase tudo. O seu “A Nossa Guerra: Crime e esquecimento: Reorganização do Pensamento Estratégico”, sobre a Ucrânia, país que visitou mais de 30 vezes nos últimos dez anos, é o mote para a conversa em Lisboa, onde esteve a dar uma aula aberta na Universidade Católica.