O primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, admitiu esta terça-feira que as negociações de paz na Ucrânia poderão começar até ao final do ano.
A Polónia vai assumir a presidência rotativa do Conselho da União Europeia em 01 de janeiro e, diz Tusk, “a nossa presidência será corresponsável, entre outras coisas, pelo que será o cenário político, pela situação durante as negociações [de paz], que, ainda com alguns pontos de interrogação, poderão começar no inverno deste ano”.
Tusk, um forte aliado da vizinha Ucrânia, disse que vai falar hoje com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e que vai receber o Presidente francês, Emmanuel Macron, na quinta-feira. Anunciou, ainda, a visita a Varsóvia do líder dos conservadores alemães (CDU) Friedrich Merz, candidato a primeiro-ministro e favorito nas eleições legislativas alemãs.
Tusk afirmou ainda estar em “contacto estreito” com os aliados escandinavos e bálticos, “que veem a Polónia e a presidência polaca [do Conselho] como líderes” de um esforço futuro, cujo resultado final disse esperar “que seja a paz”.
O impulso que veio de Paris
"O Presidente Macron estará connosco depois de amanhã para partilhar connosco os resultados das discussões” que teve em Paris com Zelensky e com o próximo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, referiu.
Macron, Zelensky e Trump reuniram-se no sábado, antes da cerimónia de reabertura da catedral de Notre-Dame. “Estamos a viver tempos de loucura. Vamos falar sobre isso”, disse Trump à entrada para a reunião.
A guerra da Rússia contra a Ucrânia, que Moscovo iniciou em fevereiro de 2002, foi o tema dominante do encontro em Paris, segundo a presidência francesa , enquanto Zelensky descreveu a reunião como “boa a frutífera”: “Todos queremos que esta guerra termine o mais rapidamente possível e de uma forma justa”, acrescentou.
Trump, que toma posse em 20 de janeiro, tem afirmado que “gostaria de chegar a um acordo” para acabar com a guerra entre a Rússia e a Ucrânia. “Conheço bem [o Presidente da Rússia] Vladimir [Putin]. É altura de agir. A China pode ajudar. O mundo está à espera”, afirmou Trump sobre o encontro com Zelensky e Macron.