Guerra na Ucrânia

Secretário-geral da NATO confirma que “tropas norte-coreanas estão a caminho de Kursk”, mas a Ucrânia viu-os na região na semana passada

O secretário-geral da NATO considerou esta segunda-feira que o “envolvimento de tropas norte-coreanas é uma escalada significativa na guerra ilegal da Rússia”. Na semana passada, os serviços de inteligência militar ucranianos (GUR) anunciaram que "as primeiras unidades do exército norte-coreano já chegaram à zona de combate" entre a Ucrânia e a Rússia. "No dia 23 de outubro de 2024, a sua aparição foi registada na região [russa] de Kursk", acrescentaram

Mark Rutte, secretário-geral da NATO
Dursun Aydemir/Anadolu/Getty Images

O secretário-geral da NATO anunciou esta segunda-feira que militares norte-coreanos estão a caminho de região russa de Kursk, ocupada pela Ucrânia, e exigiu à Rússia que "pare imediatamente" com o que classificou de uma "expansão perigosa" da guerra.

"Hoje posso confirmar que as tropas norte-coreanas enviadas para a Rússia estão a caminho da região de Kursk", disse Mark Rutte, numa declaração sem direito a perguntas no quartel-general da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), em Bruxelas.

Esta segunda-feira, o secretário-geral da NATO considerou que o "envolvimento de tropas norte-coreanas é uma escalada significativa na guerra ilegal da Rússia" e é "mais uma quebra de todas as resoluções do Conselho de Segurança" das Nações Unidas.

"É uma expansão perigosa da guerra da Rússia. A NATO exige que pare imediatamente com estas ações", completou Mark Rutte.

Na semana passada, os serviços de inteligência militar ucranianos (GUR) anunciaram que "as primeiras unidades do exército norte-coreano, que foram treinadas em campos de treino no leste da Rússia, já chegaram à zona de combate" entre a Ucrânia e a Rússia. "No dia 23 de outubro de 2024", ou seja, quarta-feira, "a sua aparição foi registada na região [russa] de Kursk", acrescentaram.

Nas últimas duas semanas começaram a surgir notícias de que a Coreia do Norte ia enviar militares para ajudar a Rússia na invasão à Ucrânia. O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, foi o primeiro a fazer o alerta, durante uma visita a Bruxelas para participar na reunião do Conselho Europeu e, mais tarde, numa reunião ministerial no quartel-general da Aliança Atlântica.

Seul confirmou depois que Pyongyang estava a preparar-se para transportar militares, incluindo elementos das forças especiais, para a Rússia.

Os Estados Unidos da América e, posteriormente, a NATO confirmaram as intenções de Pyongyang e o elo mais forte com Moscovo.

A Ucrânia iniciou em 06 de agosto deste ano uma incursão no território russo e ocupou a região de Kursk. Foi a primeira vez que a integridade territorial da Rússia foi colocada em causa desde a Segunda Guerra Mundial.

A Ucrânia ocupou aquela região para tentar pressionar as tropas russas a recuar das regiões que ocuparam: Donetsk e Lugansk, e também a Crimeia, que está ocupada desde 2014.

O Presidente ucraniano chegou a anunciar que o país controlava mais de 1.000 quilómetros quadrados daquela região russa e até hoje a Rússia pouco avançou em Kursk para repelir os militares ucranianos.