Pelo menos onze drones ucranianos chegaram esta quarta-feira a Moscovo, onde foram abatidos pela defesa antiaérea russa, e mais de 30 outros equipamentos foram destruídos em várias regiões. O ataque com drones contra a capital da Rússia foi considerado pelo Kremlin como um dos maiores desde o início da invasão na Ucrânia, segundo avançou esta manhã a agência Reuters.
O ataque surge numa altura em que, além dos combates na linha da frente no leste da Ucrânia, os dois lados estão agora a combater também na região russa de Kursk, a partir da qual as forças ucranianas invadiram o território russo no dia 6 de agosto. Ao longo da invasão russa, a Ucrânia tem focado o seu uso de drones contra infraestruturas energéticas russas, como refinarias ou aeroportos, procurando prejudicar o fornecimento de energia e de armamento para a frente de guerra.
Contudo, ataques diretos contra Moscovo têm sido mais raros, com as regiões mais próximas da fronteira com a Ucrânia a serem atingidas com maior frequência.
O ministério da Defesa russo, citado pela Reuters, explicou que foram abatidos 45 drones ucranianos durante a madrugada, incluindo onze drones sobre a região de Moscovo, 23 na região fronteiriça de Bryansk, seis sobre Belgorod, três sobre Kaluga e outros dois sobre Kursk.
Os ataques limitaram a atividade dos três aeroportos de Moscovo durante quatro horas, mas o serviço foi reposto pelas 3h30 desta quarta-feira, explicou a autoridade de aviação russa.
O autarca de Moscovo, Sergey Sobyanin, explicou que alguns dos drones foram abatidos antes de chegarem à capital, através das defesas instaladas na cidade de Podolsk, a quase 40 quilómetros a sul. “Esta foi uma das maiores tentativas de atacar Moscovo com drones de sempre”, acusou Sobyanin, numa mensagem publicada esta madrugada na rede social Telegram, elogiando a defesa antiaérea do país.
Até ao momento, não foram registadas quaisquer vítimas ou estragos provocados pelos drones ou pela queda dos equipamentos em Moscovo.
As autoridades do Kremlin também partilharam alguns vídeos nas redes sociais, de drones a serem abatidos sobre os céus de Moscovo, com as bolas de fogo a pintarem momentaneamente a noite. Contudo, a Reuters avisou que estes vídeos não foram verificados por entidades independentes.
O último grande ataque que a Ucrânia lançou sobre a capital russa com recurso a drones ocorreu há mais de um ano, em maio de 2023, quando pelo menos oito veículos aéreos não-tripulados chegaram a Moscovo antes de serem abatidos. Na altura, o ataque provocou alguns estragos, mas serviu principalmente para Kiev mostrar que tem capacidade militar para atacar diretamente a principal cidade da Rússia, localizada a 840 quilómetros da fronteira ucraniana.