Guerra na Ucrânia

Ucrânia continua a avançar, deixando um rasto de destruição até a cidade russa de Sudzha: o dia 906 de guerra

A Ucrânia continua sua ofensiva na região russa de Kursk, destruindo uma ponte e controlando mais de 80 povoações, incluindo a cidade de Sudzha. A Rússia acusa Kiev de usar mísseis ocidentais no ataque que destruiu uma ponte na região

Yan Dobronosov/Reuters

A Ucrânia destruiu umaponte na região russa de Kursk, local onde Kiev tenta consolidar os seus ganhos territoriais. O ataque já foi reivindicado pela Ucrânia, de acordo com uma mensagem do comandante da Força Aérea da Ucrânia, Mikola Oleshchuk, na rede social Telegram.

No entanto, também Moscovo reconheceu o ataque. A Rússia acusa a Ucrânia de utilizar mísseis ocidentais. “Pela primeira vez, a região de Kursk foi atingida por lançadores de foguetes de fabrico ocidental, provavelmente HIMARS americanos”, afirmou Maria Zakharova, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, através da aplicação Telegram.






“Como resultado do ataque, a ponte sobre o rio Seym, no distrito de Glushkovo, foi completamente destruída e os voluntários que estavam a ajudar a população civil evacuada foram mortos”, disse.

Segundo o exército ucraniano, Kiev já controla atualmente mais de 80 povoações russas na região de Kursk. Entre estas 80, encontra-se Sudzha (com mais de seis mil habitantes). O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que as tropas da Ucrânia estão a reforçar as zonas controladas na região russa de Kursk, mas a Rússia já veio dizer que repeliu uma ofensiva sobre três cidades.

Nos últimos dez dias, Kursk, na fronteira com a Ucrânia, tem sido palco de uma ofensiva ucraniana e, este sábado, Zelensky afirmou, após uma reunião com o Estado-Maior, que o "general (Oleksandre) Syrsky informou sobre o reforço das posições das forças na região de Kursk e a extensão do território estabilizado".



Outras notícias que marcaram o dia:

⇒ A força aérea ucraniana anunciou a destruição de 14 'drones' Shahed de fabrico iraniano lançados num ataque aéreo russo, no qual terá sido também utilizado um míssil balístico Iskander K, que não pôde ser abatido. Segundo disse o exército ucraniano, a operação teve lugar nas regiões de Kiev, Cherkasy e Poltaba (centro), Mikolayev (sul), Zaporijia (sudeste) e Dnipropetrovsk (leste).

⇒ A Alemanha prevê reduzir para metade a sua ajuda militar à Ucrânia no próximo ano, contando que a rentabilização de ativos russos congelados possa apoiar Kiev, segundo a proposta de Orçamento do Estado para 2025. De acordo com uma fonte parlamentar citada pela agência AFP, confirmando o que foi noticiado pela imprensa, o Governo de Olaf Scholz, que procura fazer poupanças, não prevê "qualquer ajuda suplementar" aos quatro mil milhões de euros incluídos no Orçamento do próximo ano para a ajuda militar à Ucrânia.