A incursão da Ucrânia em território russo vai no oitavo dia. Desde 6 de agosto, milhares de soldados ucranianos têm penetrado as fronteiras da Rússia, percorrendo estradas e autoestradas sem encontrar um único tanque russo. Apenas perto das zonas urbanas tem havido combates mais intensos.
Soldados ucranianos filmaram-se a hastear a bandeira do país em edifícios administrativos na Rússia, e dominam pelo menos mil quilómetros quadrados da região de Kursk, no sul do país. A primeira dúvida surge logo aqui: se há uma bandeira ucraniana, é uma ocupação? E a palavra a usar é “invasão”?
“Não”, assegura ao Expresso Liam Collins, diretor do Madison Policy Forum, coronel reformado do exército dos Estados Unidos e conselheiro governamental para a Ucrânia de 2016 a 2018. “É apenas uma etapa desta guerra, um novo local onde a guerra está a ser travada, desta vez em solo russo. Os ucranianos não querem tomar os territórios que ocuparam, não querem que venham a ser parte da Ucrânia, ao contrário do que acontece com a Rússia”. O objetivo é outro, analisa Collins. “A Ucrânia está a tentar forçar a Rússia a reposicionar forças nas fronteiras, de forma a enfraquecer as capacidades ofensivas da Rússia.”