Volodymyr Zelensky admitiu que concessões territoriais à Rússia para pôr fim à guerra poderiam ser uma hipótese, mas apenas com a realização de um referendo na Ucrânia. Em entrevista a vários jornalistas franceses, inclusive do jornal “Le Monde”, o Presidente ucraniano referiu, no entanto, tratar-se de uma questão muito difícil.
“Não é a melhor opção, porque estamos a lidar com Putin, e será uma vitória para ele se adquirir parte do nosso território”, declarou Zelensky, acrescentando: “A Ucrânia nunca desistirá dos seus territórios porque isso seria um ataque à Constituição. Isto vai contra a Constituição da Ucrânia; aqueles que estão no poder não têm o direito oficial de desistir dos seus territórios (…) O povo ucraniano tem de querer."
Zelensky considera que as decisões relativas à integridade territorial ucraniana não podem ser tomadas pelo Presidente, somente pelo povo ucraniano.
“A Ucrânia tem estado sob uma pressão considerável, uma vez que a Rússia continuou a obter ganhos muito pequenos ao longo do ano [sobretudo a norte e nordeste de Kharkiv]”, diz ao Expresso Christoph Bluth, professor de Relações Internacionais da Universidade de Bradford, no Reino Unido. A situação no campo de batalha é difícil, apesar da “retoma da ajuda militar dos EUA, do reabastecimento de munições para artilharia e de defesas aéreas”, que aumentaram a capacidade ucraniana para resistir ao avanço russo. “E as aeronaves F-16 serão finalmente entregues à Ucrânia”, lembra Christoph Bluth.