Guerra na Ucrânia

Líderes do G7 concordam em usar juros dos ativos russos para ajudar a reconstruir a Ucrânia

À margem da cimeira do G7 que começa esta quinta-feira em Itália e termina no sábado, chegou-se a acordo para mobilizar 50 mil milhões de dólares (46,3 mil milhões de euros), usando os ativos do banco central russo congelados pela UE, uma das sanções aplicadas a Moscovo pela guerra

Foto de família da reunião do G7, que decorre em Itália: primeira-ministra italiana Giorgia Meloni, a anfitriã, posa com o Presidente norte-americano Joe Biden, o Presidente francês Emmanuel Macron, o primeiro-ministro canadiano Justin Trudeau, o chanceler alemão Olaf Scholz, o primeiro-ministro britânico Rishi Sunak e o seu homólogo japonês, Fumio Kishida
Guglielmo Mangiapane/Reuters

Os líderes do G7 — o grupo dos países mais industrializados do mundo — concordaram esta quinta-feira em mobilizar 50 mil milhões de dólares (46,3 mil milhões de euros) para ajudar na reconstrução da Ucrânia, usando os ativos russos congelados.

“Há um acordo”, anunciou a presidência francesa em comunicado. “É inicialmente uma iniciativa norte-americana. Este empréstimo destina-se a ser reembolsado com os recursos dos ativos russos congelados” pela União Europeia depois do início da guerra na Ucrânia, que dura há 28 meses.

“Mas se por uma razão ou outra os ativos russos forem descongelados ou se os rendimentos dos ativos russos já não produzirem o que é necessário para financiar o empréstimo, então surge a questão da partilha de encargos”, ressalvou o Palácio do Eliseu.

Uma das questões é saber, por exemplo, quais são as garantias deste empréstimo que é essencialmente americano, mas que pode ser complementado com dinheiro europeu ou contribuições nacionais.

A cimeira do G7 decorre entre esta quinta-feira e sábado em Itália. A agenda será dominada pela guerra na Ucrânia mas também no Médio Oriente, bem como a Inteligência Artificial e ainda a situação em África e na América Latina.

Também já se sabe que o Presidente norte-americano, Joe Biden, e o ucraniano, Volodymyr Zelensky, vão assinar um acordo bilateral de segurança. “[Esse acordo] especifica que o nosso apoio continuará por muito tempo”, avançou o conselheiro de segurança nacional dos EUA.

“Qualquer paz duradoura na Ucrânia deve basear-se na sua própria capacidade de se defender”, insistiu Jake Sullivan, precisando que o acordo prevê o fornecimento de mais armamento e assistência à Ucrânia, mas não envolverá diretamente as tropas norte-americanas na defesa contra a agressão russa. ​