Guerra na Ucrânia

Eurodeputados comunistas entre os “melhores amigos” da Rússia, mas CDU diz que Putin está mais próximo da AD e da IL (834 dias de guerra)

Jornal ‘Politico’ identificou dois eurodeputados portugueses que não aprovaram qualquer uma de 16 resoluções a condenar ações da Rússia nos últimos cinco anos, afirmando que estão entre os “melhores amigos” da Rússia

Soeren Stache / Getty Images

Os eurodeputados comunistas Sandra Pereira e João Pimenta Lopes não aprovaram nenhuma de 16 resoluções a condenar ações da Rússia, nos últimos cinco anos, revela o jornal ‘Politico’. Estes eurodeputados (aos quais se juntam mais 30) são os "melhores amigos" de Moscovo no Parlamento Europeu, adianta o jornal.

No entanto, segundo o cabeça de lista da CDU às europeias, a posição do PCP está a ser caricaturada, defendendo que as políticas de Putin são mais próximas da AD e IL do que do seu partido. Em declarações aos jornalistas a meio da tradicional arruada na Rua de Santa Catarina, no Porto, João Oliveira foi questionado sobre uma notícia do jornal online ‘Politico’ de que os dois eurodeputados do PCP estão entre os que não aprovaram qualquer resolução no Parlamento Europeu a condenar a Rússia, caracterizando-os como "melhores amigos" de Moscovo.

Na resposta, o candidato sublinhou que "as políticas de Putin são privatizações, ataques aos direitos dos trabalhadores, à intervenção sindical, àquilo que são aspetos fundamentais que fazem parte da democracia conquistada com o 25 de Abril".

Outras notícias que marcaram o dia:

⇒ Os ucranianos exigem responsabilização da Rússia pela destruição da barragem de Kakhovka, que há um ano inundou amplas áreas no sul da Ucrânia e provocou grandes perdas de vidas e enormes danos ambientais e económicos. "Foi um crime deliberado e premeditado, um dos seus crimes mais graves contra o ambiente e a população de toda a nossa região", afirmou nesta quinta-feira o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, na rede X.

⇒ O Presidente dos EUA, Joe Biden, garantiu que as armas que o seu Governo autorizou a Ucrânia a utilizar contra alvos militares em território russo não serão utilizadas para atacar Moscovo ou o Kremlin. Na semana passada, o Presidente dos Estados Unidos deu luz verde, sob condições, à utilização de armas norte-americanas por Kiev contra alvos na Rússia perto da região de Kharkiv, de onde baterias de mísseis têm sido utilizadas para fustigar território ucraniano.

⇒ O Presidente russo, Vladimir Putin, reuniu-se hoje, em São Petersburgo, com a ex-Presidente do Brasil e diretora do Novo Banco de Desenvolvimento dos países BRICS, Dilma Roussef, a quem felicitou pelos avanços alcançados pela instituição financeira. "Devo enfatizar que, durante o último ano, o banco conseguiu fazer muitas coisas sob a sua liderança, obteve lucros consideráveis, lucros líquidos e, em geral, permanece firme, trabalhando de forma cada vez mais organizada e bem-sucedida", disse o líder russo, citado pela agência espanhola Efe. Ambos encontraram-se no Palácio Constantino, residência de campo do chefe do Kremlin na sua cidade natal.

⇒ O Presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou hoje a transferência para a Ucrânia de caças franceses Mirage 2000-5 e o lançamento de um programa de formação de soldados ucranianos, para ajudar a Ucrânia "a resistir" à invasão russa. "A partir de amanhã [sexta-feira], vamos lançar um programa de formação de pilotos e a transferência destes aviões", disse Emmanuel Macron em entrevista à France 2 e TF1, referindo que o objetivo é "formar 4.500 soldados ucranianos (...) equipá-los e formá-los" até ao final do ano, sem a intenção de provocar uma escalada no conflito com a Rússia.

⇒ O Presidente polaco, Andrzej Duda, convocou o Conselho de Segurança Nacional para segunda-feira, 10 de junho, devido ao agravamento da situação na fronteira com a Bielorrússia, noticiou hoje a agência polaca PAP. "Tendo em conta o que se tem passado ultimamente e nos últimos meses, decidi convocar o Conselho de Segurança. Iremos fazê-lo na segunda-feira, depois das eleições" europeias, disse Duda em França, onde participa nas comemorações dos 80 anos do desembarque na Normandia.

⇒ Estados Unidos da América, Rússia, China, Reino Unido e França - e aos cinco países eleitos no ano passado: Argélia, Coreia do Sul, Eslovénia, Guiana e Serra Leoa. As eleições deste ano aconteceram num momento de profunda divisão na dinâmica do Conselho, motivada por fortes discordâncias em relação à guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza e também pelo conflito na Ucrânia.

⇒ As defesas antiaéreas russas abateram, na quarta-feira à noite, 13 'drones' sobre a península anexada da Crimeia e seis na região de Belgorod, na fronteira com a Ucrânia, informou o Ministério da Defesa da Rússia. Paralelamente, um míssil de cruzeiro ucraniano Neptun foi destruído no território da região de Rostov, acrescentaram os militares russos. O governador de Belgorod, Vyacheslav Gladkov, relatou que o ataque com dispositivos não tripulados tinham como alvo uma refinaria localizada na região.