Guerra na Ucrânia

Kiev adota medidas para repor fileiras do exército, enquanto Portugal pede negociações de adesão com Ucrânia (o 833.º dia de guerra)

Os homens ucranianos com idade de combater que vivem no estrangeiro deixaram de poder sair da Ucrânia se visitarem o país. Medida aplica-se a ucranianos que "tenham saído da Ucrânia há mais de três meses", segundo o porta-voz dos guardas fronteiriços ucraniano

Ucraniano envolto numa bandeira da União Europeia, durante as históricas manifestações Euromaidan
ALEXANDER KOERNER / GETTY IMAGES

A Ucrânia adotou uma nova medida para repor as fileiras do exército: os homens ucranianos com idade de combater que vivem no estrangeiro deixaram de poder sair da Ucrânia se visitarem o país desde 1 de junho. A medida aplica-se a ucranianos que "tenham saído da Ucrânia há mais de três meses", disse hoje o porta-voz dos guardas fronteiriços ucranianos, Andriy Demtchenko, à agência francesa AFP.

A alteração da lei destina-se a impedir que os ucranianos titulares de autorizações de residência no estrangeiro saiam da Ucrânia, quando podiam viajar livremente antes da entrada em vigor da lei.

"Esta disposição aplica-se aos cidadãos ucranianos do sexo masculino com idades compreendidas entre os 18 e os 60 anos", precisou o porta-voz dos guardas fronteiriços.

Portugal entre países da UE que pedem negociações de adesão com Ucrânia e Moldávia

Em véspera de eleições europeias, Portugal junta-se a mais 11 Estados-membros para pedir negociações de adesão com a Ucrânia e com a Moldávia. O pedido foi feito através de uma carta conjunta à presidência semestral belga da UE apelando à convocação, em junho, da Conferência Intergovernamental para negociar as adesões da Ucrânia e da Moldávia.

"Apelamos conjuntamente à adoção dos quadros de negociação para a Ucrânia e a Moldova pelo Conselho dos Assuntos Gerais, o mais tardar em junho, a fim de convocar conferências intergovernamentais com ambos os países até ao final de junho de 2024", escrevem o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, juntamente com os seus homólogos da Alemanha, Eslováquia, Eslovénia, Estónia, Finlândia, Letónia, Lituânia, Polónia, República Checa, Roménia e Suécia.

Os ministros dos 12 Estados-membros consideram que "a abertura das negociações de adesão traria uma motivação adicional tanto para a Ucrânia como para a Moldova", nomeadamente considerando "a terrível situação no terreno na Ucrânia e a proximidade das eleições presidenciais e do referendo sobre a UE na Moldova".

Também esta quarta-feira, o presidente do Eurogrupo, Paschal Donohoe, insistiu que os ministros dos países da moeda única continuam empenhados em apoiar a Ucrânia enquanto houver necessidade e enalteceu a utilização das receitas dos bens russos imobilizados.

“Reafirmámos o nosso apoio incondicional à Ucrânia e continuamos fortemente empenhados em ajudá-la com as necessidades financeiras. Na reunião [de hoje] recordámos a decisão unânime do mês passado de todos os Estados-membros da União Europeia [UE] de utilizar as receitas extraordinárias diretas dos bens russos imobilizados na Europa para beneficiar a Ucrânia", disse Paschal Donohoe, numa mensagem divulgada depois da reunião por videoconferência.

Outras notícias que marcaram o dia:

⇒ Guterres encontra-se com Blinken para discutir guerras em Gaza, Ucrânia e Sudão. Além da guerra entre Israel e o Hamas, os dois líderes discutiram também a cooperação dos Estados Unidos com a ONU no apoio aos esforços da Ucrânia "no sentido de uma paz abrangente, justa e duradoura.

⇒ O Presidente dos Estados Unidos vai encontrar-se com o homólogo da Ucrânia à margem das comemorações do desembarque na Normandia (França) e depois na cimeira do G7 em Itália, anunciou a Casa Branca. O anúncio foi feito na terça-feira, pouco depois de Joe Biden ter partido para França.

⇒ O Presidente francês, Emmanuel Macron, vai participar na cimeira de paz para a Ucrânia, na Suíça em meados de junho, anunciou o Palácio do Eliseu, que revelou também a assinatura de um novo acordo entre Paris e Kiev. Além do auxílio militar à Ucrânia "a longo prazo", a França pretende prestar "o seu apoio político e diplomático", de acordo com a Presidência francesa.

⇒ O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, chegou ao Catar para um encontro com o emir catari, cujo país é mediador no 'dossier' do regresso das crianças ucranianas da Rússia ou de territórios ocupados a Kiev. "Cheguei ao Catar para me reunir com o meu amigo, Sua Alteza o xeque Tamim ben Hamad Al Thani", anunciou o Presidente ucraniano na sua conta da rede social X. "O Catar ajuda a Ucrânia no regresso das crianças levadas pela Rússia. Vamos discutir esses esforços", acrescentou.