Um cessar-fogo neste momento favoreceria a Rússia, que teria tempo para reagrupar-se e reorganizar as suas Forças Armadas, mas também teria vantagens para Kiev, admite ao Expresso William Alberque, antigo diretor do Centro de Controlo de Armas, Desarmamento e Não-Proliferação da NATO, com mais de 25 anos de experiência em controlo de armas, desarmamento e não-proliferação. Nesta entrevista, depois de quatro fontes russas próximas ao líder do Kremlin terem afirmado que Putin está pronto a pôr fim à guerra na Ucrânia com um cessar-fogo negociado nas atuais linhas do campo de batalha, o analista de defesa explica o que poderá estar em causa se a guerra ficar congelada e a Ucrânia perder, durante anos, o controlo de algumas das suas regiões. Em última análise, afirma, a decisão tem de ser de Kiev, e de Zelensky.
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Putin quer mesmo um cessar-fogo nas atuais linhas da frente? A Rússia quer é "ganhar tempo, renovar o Exército e começar a guerra de novo"
Zelensky tem a decisão mais difícil do mundo a tomar, considera William Alberque, diretor de Estratégia, Tecnologia e Controlo de Armas do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, em Berlim. Em entrevista ao Expresso, o investigador defende que poderia “valer a pena” a Ucrânia aceitar um cessar-fogo, com garantias de segurança por parte do Ocidente no território que não foi capturado pelas forças russas