Vladimir Putin está de olhos postos na ilha sueca de Gotland, alertou o mais alto funcionário das Forças Armadas da Suécia, Micael Bydén. Gotland, a maior ilha da Suécia, está estrategicamente localizada no meio do Mar Báltico, entre Estocolmo e o enclave russo de Kaliningrado. Os receios da Suécia adensaram-se depois de o Ministério da Defesa russo ter anunciado, na terça-feiram um plano para alargar as águas territoriais do país no Mar Báltico, perto da sua fronteira marítima com a Lituânia e a Finlândia, aponta o site “Politico”.
“Tenho a certeza de que Putin ainda está de olho em Gotland. O objetivo é obter o controlo do Mar Báltico.” Em entrevista aos jornais da cadeia alemã RND, Bydén, comandante supremo das Forças Armadas da Suécia, ainda alertou: “Se a Rússia assumir o controlo e isolar o Mar Báltico, isso terá um enorme impacto nas nossas vidas, na Suécia e em todos os outros países que fazem fronteira com o Mar Báltico. Não podemos permiti-lo. O Mar Báltico não deve tornar-se o recreio de Putin, onde possa aterrorizar os membros da NATO.”
Os petroleiros-sombra russos têm recentemente rondado a zona económica exclusiva da Suécia, ao largo da costa oriental de Gotland. A frota está estimada em 1400 navios, e opera fora do setor marítimo oficial. Como não faz oficialmente parte das Forças Armadas, a NATO não poderá agir. No mês passado, a Suécia avançou que a Comissão Europeia iria estudar formas de lidar com a frota petrolífera da Rússia no próximo pacote de sanções.
A Suécia tornou-se, em março, o mais novo membro da NATO, o que significa que está abrangida pelo Artigo 5, segundo o qual todos os outros Estados-membros venham em sua defesa se o território sueco for atacado. “Se Putin invadir Gotland, poderá ameaçar os países da NATO a partir do mar; isso seria o fim da paz e da estabilidade nas regiões nórdicas e bálticas”, disse Bydén.
A Rússia voltou a atacar Kharkiv com mísseis. Nos ataques, morreram sete pessoas. As autoridades ucranianas disseram que a Rússia disparou cerca de 15 mísseis contra a cidade e também contra a vizinha, Liubotyn. Foram atingidas infraestruturas de transporte e uma grande gráfica em Kharkiv, onde cerca de 50 pessoas se encontravam no momento do ataque, de acordo com a agência Reuters. Outras 28 pessoas ficaram feridas nos ataques. As autoridades regionais também detalharam que os mísseis foram lançados da região vizinha de Belgorod, na Rússia, que as forças russas usaram para lançar a incursão na região, a 10 de maio.
Numa publicação nas redes sociais, Zelensky culpou os aliados internacionais de Kiev por não fornecerem sistemas de defesa aérea suficientes e por não permitirem que a Ucrânia utilizasse armas fornecidas pelo Ocidente para atacar alvos militares dentro do território da Rússia. “Esta fraqueza não é a nossa fraqueza, mas a do mundo, que no terceiro ano não se atreveu a lidar com os terroristas exatamente como eles merecem.”
Já Moscovo continua a contar com os seus aliados. O líder da região russa da Chechénia, Ramzan Kadyrov, adiantou, nesta quinta-feira, que se encontrou com o Presidente, Vladimir Putin, no Kremlin, e ofereceu-se para enviar mais combatentes para ajudar Moscovo na guerra na Ucrânia. Kadyrov, que lidera a região do Sul do Cáucaso desde 2007, afirmou que dezenas de milhares de “combatentes bem treinados e equipados” estavam preparados para lutar pela Rússia na Ucrânia, se tal ordem fosse dada. Um total de 43.500 soldados já serviram na Ucrânia, incluindo 18 mil voluntários, de acordo com Kadyrov.
Outras notícias a destacar:
⇒ Mais de 70 chefes de Estado e governantes confirmaram presença na Conferência para a Paz na Ucrânia, marcada para 15 e 16 de junho. Entre os principais líderes latino-americanos, o Brasil ficará de fora. Fontes oficiais da Suíça, que organiza o encontro, também precisaram que não se deslocam ao país helvético os Presidentes de Cuba, Venezuela ou Nicarágua, países da América latina considerados próximos da Rússia. O Presidente ultraliberal argentino, Javier Milei, confirmou a presença no evento, que decorrerá em Bürgenstock (centro do país).
⇒ Um homem de 64 anos compareceu num tribunal de Londres, depois de ter sido acusado, ao abrigo da Lei de Segurança Nacional, de ajudar os serviços secretos russos. Howard Michael Phillips, de 64 anos, foi detido a 16 de maio em Londres e encontra-se desde então sob custódia das autoridades britânicas. Está acusado ao abrigo da secção 3.º da Lei de Segurança Nacional, que diz respeito à "assistência a um serviço de informações estrangeiro", neste caso com ligações à “Rússia”.
⇒ A Rússia negou que esteja em curso uma campanha de purgas dirigida a oficiais do eExército, na sequência de uma nova detenção de um oficial de alta patente acusado de corrupção. "A luta contra a corrupção é um processo contínuo, e não uma campanha" de purgas, disse o porta-voz do Kremlin (presidência), Dmitri Peskov, aos jornalistas, citado pela agência francesa AFP. Peskov disse que o combate contra a corrupção faz parte do trabalho das agências russas "de aplicação da lei".