A ministra da Defesa espanhola, Margarita Robles Fernández, defendeu nesta terça-feira uma Europa da "unidade, da tolerância" e a importância "mais do que nunca" de apoiar a Ucrânia.
Falando em Lisboa no encerramento do Foro La Toja - Vínculo Atlântico, em Lisboa, a governante defendeu a necessidade de "cuidar da democracia, até porque os mais jovens não sabem o que foram ditaduras, há alguns que não sabem o que são as guerras" e os valores que também constroem a Europa como "tolerância, respeito e convivência".
"Como ministra da Defesa, obviamente defendo uma Europa da Defesa. Mas também uma Europa da unidade, da tolerância, num momento em que, mais do que nunca, temos de apoiar a Ucrânia. Quando apoiamos os ucranianos estamos a batalhar pelos valores da democracia e dos direitos humanos", afirmou.
Antes da sessão de encerramento, na mesa redonda "Cinco décadas de democracia: o passado e os desafios do futuro", quatro antigos primeiros-ministros portugueses e espanhóis recorreram à memória da transição democrática dos dois países e da integração na Europa.
O presidente do Governo de Espanha entre 1982 e 1996, Felipe González, disse no seu discurso que "a Europa tem de ser maior de idade para a sua defesa e assumir a responsabilidade europeia".
"Agora, a democracia está a ser pouco eficiente", considerou o antigo dirigente político, referindo que a União Europeia está a falhar para os seus agricultores, porque a política agrícola comum não os satisfaz.
Já o líder do executivo espanhol entre 2011 e 2018, Mariano Rajoy, apontou o populismo como um dos problemas das democracias liberais, defendendo que deve ser combatido com melhores governos e economias.
"Depois da queda do mundo de Berlim, acreditámos que a democracia tinha triunfado de forma definitiva, mas não foi verdade", disse, acrescentando que a China e a Rússia neste momento mostram que "as democracias têm de fazer um esforço para que os princípios democráticos se imponham no mundo".
Relativamente à formação duns "Estados Unidos da Europa", o político espanhol afirmou que é necessário dar um primeiro passo para "uma política exterior e de defesa comum" com a união de forças para ter mais voz no mundo.
Por Portugal participaram Francisco Pinto Balsemão, primeiro-ministro entre 1981 e 1983, e António Costa, chefe do executivo entre 2015 e 2024.
Encerrada pelo presidente da Assembleia, José Pedro Aguiar-Branco a iniciativa desta terça-feira antecede a sexta edição do Foro La Toja, agendada para outubro na ilha de La Toja, em Espanha, é apoiada pela Comissão Comemorativa 50 anos do 25 de Abril e promovida pelo presidente da Fundación La Toja, Amancio López Seijas.