Guerra na Ucrânia

Stoltenberg admite situação difícil da Ucrânia no campo de batalha e apela aos aliados: "É preciso fazer mais" para ajudar Kiev

Jens Stoltenberg admite que a Ucrânia necessita de mais defesas aéreas, e alerta os aliados para a “urgência” da situação “crítica” no terreno

Jens Stoltenberg
Omar Havana

A situação na Ucrânia é crítica, e o país precisa de mais defesa aérea e ajuda. O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, repetiu, mais uma vez, os avisos, durante um discurso de encerramento de uma conferência de dois dias com os ministros dos Negócios Estrangeiros dos países pertencentes à Aliança, num momento em que se assinalam os 75 anos da assinatura do tratado.

“Temos de fazer ainda mais”, apelou Stoltenberg, defendendo que o apoio destinado a Kiev deve ser um plano duradouro. O secretário-geral da NATO foi questionado pelos jornalistas sobre os reiterados pedidos ucranianos, devido à necessidade de reforçar as defesas aéreas. O alto responsável do tratado transatlântico garantiu que os aliados compreendem a urgência, pelo que voltarão a analisar os stocks disponíveis, de forma a fornecer mais sistemas, incluindo os Patriot.

Dmytro Kuleba, ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, tinha pedido ao Ocidente que enviasse mais Patriot, uma solicitação a que a NATO não consegue dar resposta imediata, segundo Stoltenberg. A questão é também logística, já que impõe-se, para já, inventariar as munições e as peças para manutenção de que a Ucrânia pode precisar, salientou Jens Stoltenberg, fazendo também referência a pacotes de ajuda recentemente aprovados.

No entanto, o secretário-geral da NATO não aliviou a pressão que recai sobre os aliados: os países devem “mobilizar mais apoio para Kiev, nos próximos dias e semanas, e depois também garantir que são capazes de estabelecer uma estrutura mais forte e robusta, de longo prazo, para que a ajuda possa continuar, numa base mais previsível”. Os aliados foram incumbidos de criar uma estrutura sustentada por um compromisso financeiro. Jens Stoltenberg não adiantou mais detalhes, mas tal acordo alteraria a forma bilaterar de firmar compromissos, e garantiria a Kiev um apoio plurianual.

“A situação no campo de batalha é difícil”, acabou por admitir também o secretário-geral da NATO, sublinhando que o apoio dos países - e a sua união em torno da causa ucraniana - é uma urgência: “Se não for mobilizado mais apoio, existe o risco de a Rússia capturar mais território.” Além disso, “os ucranianos demonstraram que são extremamente capazes de utilizar o equipamento fornecido pelos aliados da NATO”, referiu Stoltenberg.

O alto responsável da NATO respondeu também ao Kremlin, depois de, esta manhã, o seu porta-voz, Dmitry Peskov, ter afirmado que as relações entre a Rússia e a NATO decaíram para o nível do “confronto direto”. Para Stoltenberg, é uma falsa questão: “A NATO não é parte do conflito, e a NATO não integrará o conflito. Não planeamos ter tropas de combate da NATO Na Ucrânia, nem houve nenhum pedido para que isso acontecesse.”