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Guerra na Ucrânia

É possível que Trump queira retirar os EUA da NATO? Sim, e “será um pesadelo” para a Europa

A Europa percebeu tarde os sinais: tem de ser mais autossuficiente, dada a imprevisível política norte-americana. Mas não há um plano de contingência para a retirada dos EUA da NATO, algo que Donald Trump já quis e voltou a defender. Se Trump se tornar Presidente dos EUA pela segunda vez, a Europa pode ficar dividida de acordo com os seus interesses

Trump e Jens Stoltenberg
WPA Pool

Dos carros voadores às “cidades da liberdade”, as promessas de Donald Trump aproximam-se da fantasia. Os planos do antigo Presidente dos Estados Unidos passam por estratégias tão pouco ortodoxas quanto reunir as pessoas em situação de sem-abrigo e transferi-las para acampamentos fora das cidades dos EUA até que os seus “problemas possam ser identificados”, ou até pelo culto patriótico nas escolas. É conhecida, também, a componente mais securitária das suas promessas, com o reavivar da compressão na entrada de migrantes a partir do México.

Mas não é apenas o México que terá de se preocupar com a sua reeleição. Há dias, o jornal britânico “The Telegraph” dava conta de que a Europa deve estar preparada para a possibilidade de Donald Trump querer retirar os EUA da NATO. O seu antigo conselheiro de segurança nacional, John Bolton, previu que Trump tentaria sair da aliança, se for reeleito. Nada de novo - dada a manifesta oposição do antigo líder norte-americano ao peso da NATO no Tesouro dos EUA, quando comparado com os gastos europeus com a Aliança -, mas que ganha importância renovada face a uma provável vitória do conservador nas eleições de novembro.