Guerra na Ucrânia

Zelensky assegura que Exército mantém testa-de-ponte no Dniepre, agressão russa matou 10 mil civis: o 729.º dia de guerra

O Presidente ucraniano desmentiu as declarações russas sobre a conquista da testa-de-ponte na margem esquerda do rio Dniepre. A agressão militar russa à Ucrânia já dura há quase dois anos e provocou mais de 10 mil mortos e cerca de 20 mil feridos entre a população civil, revelou a ONU. Estas e outras notícias que marcaram esta quinta-feira

Ana Baião

Volodymyr Zelensky garantiu esta quinta-feira, o 729.º dia de guerra, que as forças ucranianas mantêm “firmemente” a testa-de-ponte na margem esquerda do rio Dniepre, ocupada pela Rússia no sul do país, desmentindo as declarações russas sobre a sua conquista.

“Os nossos fuzileiros mantêm firmemente a testa-de-ponte” em Krynky, na margem esquerda (leste) do rio na região de Kherson, indicou no Telegram. “O inimigo apenas conseguiu efetuar uma operação de desinformação”, acrescentou.

Na terça-feira, Vladimir Putin reivindicou um novo sucesso militar com a tomada desta testa-de-ponte — termo militar que designa uma posição do outro lado de um rio ou mar, em território inimigo — e que a Ucrânia garante com acentuado esforço desde há vários meses, alguns dias após a “fuga caótica” das forças ucranianas de Avdiivka.

A agressão militar russa à Ucrânia já dura há quase dois anos e, desde o dia 24 de fevereiro de 2022, provocou mais de 10 mil mortos e cerca de 20 mil feridos entre a população civil, revelou a ONU, ressalvando que, provavelmente, os números são “significativamente mais altos”.

Em vésperas do segundo aniversário do início da “invasão em grande escala da Ucrânia pela Federação Russa”, a Missão de Monitorização dos Direitos Humanos da ONU na Ucrânia (HRMMU) publicou um relatório atualizado sobre o “custo humano horrível” da guerra entre a população civil, apontando que estão confirmadas “30.457 vítimas civis” nestes dois anos, incluindo 10.582 mortos e 19.875 feridos.

Entre as vítimas civis do conflito, contam-se 587 crianças mortas e 1298 feridas. “O número de vítimas civis foi particularmente elevado durante os primeiros meses após o ataque armado em grande escala, com milhares de civis mortos e feridos por mês. Embora os números tenham diminuído gradualmente ao longo de 2022 e 2023, permaneceram elevados, com uma média de 163 civis mortos e 547 feridos por mês em 2023”, aponta o documento.

Mais notícias que marcaram o dia

⇒ Portugal aprovou hoje a prorrogação até ao fim de 2024 da validade dos títulos de proteção temporária atribuídos a refugiados da Ucrânia. A dilatação do prazo consta de uma resolução aprovada em sede de Conselho de Ministros.

⇒ O Reino Unido reforçou as sanções contra a Rússia visando mais 50 indivíduos ou empresas para assinalar dois anos da guerra e mostrar o seu "apoio inabalável" a Kiev.

⇒ Os Estados Unidos avançaram com acusações contra vários oligarcas russos, com o objetivo de cortar “o fluxo de fundos ilegais” que alimentam a guerra da Rússia, adiantou o Departamento de Justiça norte-americano.

⇒ A Organização Internacional para as Migrações (OIM) prestou apoio a 6,5 milhões de pessoas na Ucrânia e em 11 países vizinhos desde o início da invasão russa, declarou o organismo da ONU.

⇒ O chefe da diplomacia ucraniana, Dmytro Kuleba, deslocou-se à capital da Polónia, Varsóvia, para garantir a passagem da ajuda ocidental através da fronteira entre os dois países, que está bloqueada por manifestantes polacos.

⇒ A Polónia vai incluir os pontos de passagem na fronteira com a Ucrânia na lista de “infraestruturas críticas” para evitar perturbações que possam afetar a entrega de ajuda militar e humanitária, anunciou o chefe de Governo polaco.

⇒ O diretor executivo interino do Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat), Michal Mlynár, declarou que a organização irá ajudar na reconstrução das cidades destruídas na Ucrânia e também na Faixa de Gaza.