Guerra na Ucrânia

Ataques em várias regiões da Ucrânia e o encontro de Josep Borrell e Zelesnky: o que se passou no 714.º dia de guerra

Pelo menos três pessoas morreram na sequência de ataques sobre Kiev e Mykolaiv. No dia em se encontrou com Josep Borrell, Zelensky disse que várias regiões "foram alvo do inimigo"

NATIONAL POLICE OF UKRAINE/Reuters

Na madrugada desta quarta-feira, várias regiões da Ucrânia foram alvo de ataques por parte das forças russas, afirmou o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. Nos ataques à cidade de Mykolaiv,dezenas de casas foram destruídas e uma pessoa foi morta”. Em Kiev, “mais de dez pessoas ficaram feridas e duas foram mortas”, pode ler-se numa publicação na rede social X (antigo Twitter) de Volodymyr Zelensky.

Na mesma publicação, o presidente ucraniano fala em “mais um ataque maciço contra o nosso Estado” num ato de terrorismo por parte do “inimigo”, que “enfrentará sempre as consequências dos seus actos”. Para além de Kiev e Mykolaiv, também foram registados ataques em Lviv, Kharkov e Cherkassi. Segundo Zelensky, a Rússia lançou 44 mísseis e 20 “drones” explosivos, dois terços dos quais foram "destruídos".

"Na sequência de um ataque inimigo, duas linhas de alta tensão foram danificadas por fragmentos de mísseis. Alguns consumidores na margem esquerda estão, neste momento, sem eletricidade", relatou o presidente da câmara de Kiev, Vitali Klitschko, nas redes sociais.

Também o chefe da Administração Militar Regional de Mykolaiv, Vitali Kim, recorreu às redes sociais para se posicionar sobre o ataque provocado pelas forças do Kremlin, afirmando que, foram utilizados misseis irarianos Shahed-136/131 e três “drones” no ataque à cidade de Mykolaiv,

No mesmo dia, Kiev recebeu a visita de um Alto Representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, que foi obrigado a refugiar-se no piso subterrâneo do hotel onde se encontra hospedado. Borell, partilhou uma imagem do sucedido na rede social X reforçando que “esta é a realidade quotidiana do corajoso povo ucraniano, desde que a Rússia lançou a sua agressão ilegal”.

As sirenes soaram antes de Josep Borrell ter iniciado o programa de reuniões que estava programado para esse dia, incluindo um encontro com Volodymyr Zelensky que o presidente ucraniano considerou “produtivo”.

Durante o encontro foram abordadas questões como a cooperação entre a Ucrânia e a UE em matéria de segurança e o fornecimento de um milhão de munições de artilharia à Ucrânia. O momento também foi partilhado por Zelensky na rede social X, onde se pode ler: “Em tempos de desafios extraordinários, na nossa luta pela liberdade, soberania e independência, todas as nações europeias livres apoiam a Ucrânia e a ordem internacional baseada em regras.”

Durante a sua visita a Kiev, Josep Borell disse que a Ucrânia permanece "uma prioridade absoluta" para a União Europeia e defendeu que "a guerra deve ser vencida e a paz deve ser conquistada".

OUTRAS NOTÍCIAS QUE MARCARAM O DIA:

⇒ A NATO reforçou que o apoio dos Estados Unidos "é vital" e mencionou a importância de um consenso no Congresso norte-americano para desbloquear novos fundos para Kiev. Os Estados Unidos são o principal fornecedor de equipamento militar para a Ucrânia na resistência à invasão russa, no entanto, a resistência da ala Republicana no Congresso às novas despesas orçamentais tem dificuldade o processo.

⇒ No mesmo dia, o Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos (EUA) reconheceu que "não há alternativa" à dimensão do apoio que Washington dá à Ucrânia para tentar combater a invasão por parte da Rússia.

O chefe da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), Rafael Grossi, afirmou hoje ter observado menos "ataques diretos" em redor da central nuclear ucraniana de Zaporijia, controlada pelas forças russas, durante uma visita às instalações do complexo. No dia de ontem, terça-feira, Grossi reuniu-se com Volodymyr Zelensky, um encontro marcado por questões como os riscos da ocupação russa na central nuclear.

Pode rever tudo o que aconteceu no 713.º dia de guerra aqui.

Texto de Mariana Jerónimo editado por João Cândido da Silva