A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, garantiu que 500.000 munições de artilharia vão ser entregues à Ucrânia até ao final do mês de março - metade do que foi prometido inicialmente.
Há cerca de um ano, a União Europeia tinha prometido um milhão de munições mas a menos de seis meses da data de entrega, o total disponível era de apenas 300.000. No início do mês de janeiro, vários governantes europeus tinham alertado para a incapacidade da UE cumprir com a promessa na data prevista.
O porta-voz da Casa Branca, John Kirby, alertou precisamente para a escassez de munições na Ucrânia, que está a obrigar o exército ucraniano a "tomar decisões difíceis que não deveria ter de tomar”. Kirby reforçou esta terça-feira que é “vital” que seja garantido apoio militar à Ucrânia por parte dos países aliados, incluindo os Estados Unidos, para que os ucranianos continuem a poder fazer frente à invasão russa.
No mês em que se celebra o segundo aniversário da guerra, Von der Leyen já tinha anunciado que a UE está preparada para enviar 50 mil milhões de euros para o “futuro membro da UE” - decisão que o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, considera um "investimento na nossa segurança, na nossa prosperidade, na estabilidade da UE".
Na rede social X (antigo Twitter) da presidente da Comissão Europeia sublinhou que “a Europa é fiel à sua palavra". "Continuaremos a fornecer o tão necessário financiamento e previsibilidade ao nosso corajoso parceiro e aspirante a membro. O nosso objetivo é iniciar os pagamentos em março”, escreveu.
Por sua vez, e na mesma rede social, Charles Michel reforçou que o “apoio à Ucrânia não é caridade” mas sim um “investimento na segurança e futuro pacífico” para todos.
OUTRAS NOTÍCIAS QUE MARCARAM O DIA:
⇒ Um ataque russo à cidade de Zolochiv provocou a morte de um bebé de dois meses.O governador da região de Kharkiv, Oleg Synegubov, disse na rede social Telegram que "um hotel de três andares foi destruído em Zolochiv (...), após dois ataques com mísseis S-300 dos "ocupantes russos". As outras três pessoas que ficaram feridas no ataque foram hospitalizadas, sendo uma delas a mãe do bebé.
⇒ A ONU mostrou-se preocupada com as fragilidades da ocupação da central nuclear de Zaporijia, nomeadamente por causa da redução drástica no número de funcionários: de 12.000, o total “foi reduzido para entre 2.000 e 3.000” salientou o diretor da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), Rafael Grossi. Zelensky reuniu-se com Grossi para debaterem os riscos da ocupação russa na central nuclear, com o Presidente da Ucrânia a reiterar ”que a prevenção de um acidente nuclear passa pela desmilitarização da central, pela sua desocupação e regresso da sua gestão por Kiev”.
⇒ A situação vivida na cidade de Avdiivka é cada vez mais preocupante e neste momento está num nível “crítico em alguns locais”. A ofensiva russa à cidade já dura há vários meses e o presidente da câmara local fala em “combates de rua” entre o exército russo e ucraniano.
⇒ Quase dois anos depois do início da guerra, o primeiro-ministro da Ucrânia, Denis Shmigal, anunciou que o país conseguiu alcançar em janeiro um volume de exportações por via marítima semelhante ao registado antes do início da invasão russa."Há meio ano, levantámos o bloqueio do mar Negro e intensificamos o comércio marítimo ucraniano", revelou Shmigal, salientando que por este novo corredor passaram mais de 660 navios, com quase 20 milhões de toneladas de carga destinadas a mais de 30 países.
Pode rever tudo o que aconteceu no 712.º dia de guerra aqui.