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Guerra na Ucrânia

Ajuda dos Estados Unidos à Ucrânia está “por um fio”: Trump só pensa na reeleição e “quer fazer um favor a Putin”

A política de “alto risco” que se joga no Congresso americano, onde o apoio a Kiev está refém de um projeto de lei sobre imigração, deixa “tremida” a “sobrevivência” da Ucrânia, que não recebeu qualquer apoio oficial durante o mês de janeiro. A derradeira esperança recai sobre os “republicanos moderados”, não capturados por Trump. Para já, antecipa-se um ano político “muito turbulento”, com “uma maioria republicana disfuncional na Câmara dos Representantes” e as “intervenções ruidosas” do ex-Presidente e provável candidato à reeleição

Destroços de um edifício num local que foi alvo de ataque com míssil em Kharkiv, na Ucrânia.
SERGEY KOZLOV/EPA

A Ucrânia não recebeu qualquer apoio financeiro oficial para contrariar a ofensiva russa durante todo o mês de janeiro. A última entrega de ajuda militar americana ao país, invadido em larga escala por tropas russas há quase dois anos, foi anunciada a 27 de dezembro. A Casa Branca já reconheceu que, sem uma nova dotação orçamental aprovada pelo Congresso, não haverá novas tranches de apoio militar ou financeiro.

Por pressão dos republicanos, as negociações do assunto ficaram reféns da política de imigração, um tema central na campanha de Donald Trump, que em novembro deverá tentar a sua reeleição contra o Presidente em exercício, o democrata Joe Biden. Após dezenas de milhares de milhões de dólares em armas entregues a Kiev desde o início da guerra, a 24 de fevereiro de 2022, Washington esgotou as suas dotações no final do ano passado.