Guerra na Ucrânia

Zelensky visita Lituânia e alerta para atrasos no apoio ocidental à Ucrânia

"Temos de prestar atenção à retórica de Putin. Ele não vai parar. Quer manter-nos completamente ocupados", afirmou Zelensky durante uma visita surpresa à capital da Lituânia

TOMS KALNINS/Lusa

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, alertou esta quarta-feira em Vílnius que as hesitações do Ocidente na ajuda a Kiev estão a encorajar o homólogo russo, Vladimir Putin, a ocupar toda a Ucrânia. "Temos de prestar atenção à retórica de Putin. Ele não vai parar. Quer manter-nos completamente ocupados", afirmou Zelensky durante uma visita surpresa à capital da Lituânia.

Zelensky disse que, por vezes, as hesitações dos parceiros de Kiev relativamente à ajuda financeira e militar à Ucrânia "só aumentam a ousadia e a força da Rússia". Putin não vai parar enquanto a Ucrânia e os seus aliados não acabarem com ele, acrescentou, segundo a agência francesa AFP. "Vladimir Putin não vai parar até que nós, juntos, acabemos com ele", apoiou o Presidente da Lituânia, Gitanas Nauseda, ao lado de Zelensky.

A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, desencadeando uma guerra ainda sem fim à vista e que preocupa os países da região. Zelensky insistiu que se a Ucrânia perder a guerra, os outros vizinhos da Rússia arriscam-se a ser atacados. "Temos de compreender que a Lituânia, a Letónia, a Estónia e a Moldávia podem ser as próximas vítimas se não resistirmos", afirmou, reafirmando um argumento que tem usado para justificar os pedidos de ajuda aos aliados.

Zelensky repetiu também que a Ucrânia necessita de sistemas de defesa aérea ocidentais, face à intensificação dos bombardeamentos em larga escala no país nas últimas semanas. "Estamos muito em falta", disse aos jornalistas, numa altura em que a Ucrânia está preocupada com a erosão do apoio ocidental a Kiev.

"Nos últimos dias, a Rússia atacou a Ucrânia com um total de 500 mísseis e nós destruímos 70% deles", afirmou. Além de apoio financeiro e em armamento, os aliados ocidentais de Kiev têm decretado sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o custo da guerra na Ucrânia.