O Presidente dos EUA, Joe Biden, pediu esta sexta-feira ao Congresso para "agir sem mais demoras" nas negociações em curso sobre um dispendioso pacote de ajuda militar à Ucrânia, após os "bombardeamentos maciços" russos em território ucraniano. "A menos que o Congresso tome medidas urgentes no novo ano, não seremos capazes de continuar a enviar para a Ucrânia as tão necessárias armas e sistemas de defesa aérea para proteger o seu povo", avisou o líder norte-americano, em comunicado.
A Rússia lançou hoje 122 mísseis e dezenas de 'drones' contra alvos ucranianos - incluindo uma maternidade, edifícios de apartamentos e escolas - matando pelo menos 30 civis em todo o país, segundo o mais recente balanço das autoridades. Pelo menos 144 pessoas ficaram feridas e um número desconhecido ficou soterrado sob escombros de edifícios durante o ataque de aproximadamente 18 horas, adiantaram autoridades ucranianas.
"Perante este ataque brutal, a Ucrânia utilizou sistemas de defesa aérea entregues pelos Estados Unidos e pelos seus aliados", recordou Joe Biden, acrescentando que os EUA não devem "deixar mal a Ucrânia", pelo que pede ao Congresso para "agir sem mais demoras". Os congressistas republicanos e democratas ainda estão a negociar a validação do pacote de ajuda no valor de 61 mil milhões de dólares (cerca de 55 mil milhões de euros) que foi solicitado pelo Presidente Biden e pelo seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Mas quase dois anos depois do início de uma guerra estagnada, os republicanos começaram a considerar demasiado elevada a despesa com a ajuda financeira e militar à Ucrânia. Em véspera de ano eleitoral, os republicanos condicionam o seu apoio a este novo envelope a um endurecimento drástico da política de migração, uma questão sobre a qual as negociações também decorrem.
Entretanto, na quarta-feira, os Estados Unidos libertaram a sua última parcela de ajuda militar disponível para a Ucrânia. A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou, de acordo com os mais recentes dados da ONU, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.