Todo o território da Ucrânia esteve sob alerta aéreo esta sexta-feira. O alerta aéreo foi ativado pelas sete horas locais, depois de várias cidades ucranianas terem sido atingidas por uma série de ataques russos. Este ataque foi considerado o maior ataque aéreo russo desde a invasão da Ucrânia, tendo provocado pelo menos a morte de 30 civis. Registaram-se, segundo o último balanço, 144 feridos.
A capital da Ucrânia, Kiev, foi uma das várias cidades atacadas. Em Kiev, ouviram-se várias explosões, e o presidente da câmara pediu à população que procurasse abrigos.
A Rússia lançou 122 mísseis e 36 'drones' contra alvos em toda a Ucrânia. O comandante da força aérea, Mykola Oleshchuk, considerou que este foi "o ataque aéreo mais maciço" desde que a Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022. O próprio Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, considera que o ataque noturno foi um dos maiores ataques do ano.
Moscovo já reivindicou o ataque, dizendo que “todos os alvos designados foram atingidos”. O ministério da Defesa russo reforçou que tem vindo a atacar a Ucrânia na última semana. Infraestruturas militares, depósitos de munições e locais onde estavam destacados soldados ucranianos e mercenários estrangeiros foram os principais alvos dos ataques realizados entre 23 e 29 de dezembro.
OUTRAS NOTÍCIAS QUE MARCARAM O DIA:
⇒ Um míssil russo entrou, esta sexta-feira, no espaço aéreo de um país da NATO, a Polónia. "Tudo indica que um míssil russo entrou no espaço aéreo polaco. Detetámo-lo através do radar. Deixou imediatamente o espaço aéreo polaco", dirigindo-se para a Ucrânia, disse o chefe do Estado-Maior do Exército polaco, general Wieslaw Kukula."Temos confirmações de radar, tanto a nível nacional como dos nossos aliados", acrescentou. O míssil sobrevoou o espaço aéreo polaco durante três minutos, a uma distância de cerca de quarenta quilómetros. Segundo Klisz, o sistema de defesa aérea polaco foi colocado em alerta na quinta-feira à noite.
⇒ A Ucrânia apelou esta sexta-feira à comunidade internacional para que una todos os esforços para pôr termo ao "genocídio russo do povo ucraniano". O Ministério dos Negócios Estrangeiros ucraniano disse em comunicado que "nenhuma conversa" sobre tréguas, cedência temporária de territórios, cansaço, negociações e outras concessões "irá parar a agressão russa, mas apenas aumentar a sua escala".
⇒ O Reino Unido vai entregar à Ucrânia cerca de 200 mísseis antiaéreos para que o país as suas defesas, avança o ministro britânico da Defesa, Grant Shapps. O Presidente russo, Vladimir Putin, está a “testar as defesas da Ucrânia e a determinação do Ocidente, na esperança de poder arrancar a vitória das garras da derrota”, escreveu na rede social X.
⇒ Ainda sobre ajudas: o Presidente dos EUA, Joe Biden, pediu ao Congresso para "agir sem mais demoras" nas negociações em curso sobre um dispendioso pacote de ajuda militar à Ucrânia. "A menos que o Congresso tome medidas urgentes no novo ano, não seremos capazes de continuar a enviar para a Ucrânia as tão necessárias armas e sistemas de defesa aérea para proteger o seu povo", avisou o líder norte-americano, em comunicado.
⇒ A presidente da Comissão Europeia reforçou que a União Europeia (UE) está ao lado da Ucrânia “desde o primeiro dia da guerra de agressão da Rússia”. A mensagem pode ser lida na rede social X. "Mantivemo-nos ao lado da Ucrânia desde o primeiro dia da guerra de agressão da Rússia, com mais de 85 mil milhões de apoio financeiro, humanitário e militar. Vamos continuar a fazê-lo enquanto houver necessidade", escreveu Ursula von der Leyen na rede social X.
⇒ O alto-representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros também condenou, esta sexta-feira, "mais um ataque cobarde e indiscriminado" contra a população ucraniana. “É mais um ataque cobarde e indiscriminado contra escolas, uma estação de metro e um hospital”.
⇒ ONU considera que o ataque desta madrugada contra a Ucrânia ilustra "a horrível realidade" do país. "Para o povo ucraniano, este é um novo exemplo inaceitável da horrível realidade que enfrenta", escreveu a coordenadora humanitária da ONU para a Ucrânia, Denise Brown. Na rede social X, Denise Brown condenou "a odiosa onda de ataques em áreas povoadas da Ucrânia ao longo das últimas horas, que deixou um rasto de destruição, morte e sofrimento humano".
⇒ O Alto-Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, condenou os ataques. "Estou profundamente chocado com os ataques", assegurou o responsável, citado num comunicado, no qual recordou que "o direito humanitário internacional proíbe explicitamente o uso deliberado e indiscriminado de armas contra infraestruturas civis".
⇒ A França e o Reino Unido também reagiram ao ataque, tendo condenado a forte ofensiva militar russa. Paris denunciou a "estratégia de terror" de Moscovo e Londres a afirmar que o Presidente russo "não se deterá por nada".