Em 2005, Gerard Toal testemunhou perante o Congresso dos Estados Unidos sobre os desenvolvimentos políticos da Bósnia-Herzegovina. Tinha realizado trabalho de campo no país recém-formado, investigação que se alargou à Geórgia, Arménia, Moldova e Ucrânia. O autor de “Bósnia Refeita: Limpeza Étnica e Sua Reversão” e de “Perto do mundo exterior: Putin, o Ocidente e a Disputa sobre a Ucrânia e o Cáucaso” reflete, por isso, sobre os processos que podem conduzir à paz no território ucraniano.
Para Toal, é preciso distinguir territórios: os que foram anexados em 2014, pela Rússia, e que desenvolveram um sentimento pró-russo, e aqueles em que a “limpeza étnica” subjugou os ucranianos à força. Nesta entrevista com o Expresso, Gerard Toal, nascido na Irlanda, mas hoje professor de Assuntos Internacionais no Instituto Politécnico e Universidade de Virgínia, analisa em que ponto está a guerra na Ucrânia, descreve Zelensky para lá dos holofotes públicos e garante que, às vezes, “um comportamento justo e uma causa justa podem também ser ruinosos”.