A invasão ilegal pela Federação Russa da Ucrânia está num impasse, segundo o chefe máximo das Forças Armadas Ucranianas, General Valeri Zaluzhnyi. Grande parte da linha da frente está parada embora com elevadas baixas de parte a parte. Desde o início da primavera, a Ucrânia terá penetrado no território ocupado, entre seis a nove quilómetros, sedimentando essas posições. Existem ataques e assaltos com relativo sucesso de ambas as partes. Mas a única vitória, do lado ucraniano, é o impacto dos ataques na Crimeia. A Ucrânia obrigou a frota russa do Mar Negro a abandonar o porto de Sevastopol. Um golpe fundo que parece não ter abalado politicamente o Kremlin, que está de facto em modo de economia de guerra, em que temos padarias a recebem subsídios para produzir drones, o mesmo método usado por Estaline.
Durante meses a expectativa foi sendo gerida sobre o sucesso da contraofensiva na Ucrânia, mas a verdade é que os resultados ficaram longe dos esperados. "Se alguém espera ver algo como um ataque de cavalaria ao estilo Budyonny ou uma batalha de tanques ao estilo soviético, é melhor ir ao cinema", disse ao Expresso, Anatoli, o comandante do 1.º batalhão da 37.ª brigada de fuzileiros. Demorou até que vozes oficiais ucranianas o admitissem. Numa entrevista ao Ukrainska Pravda, o Tenente General Kyrylo Budanov, chefe da espionagem ucraniana, referiu-se à contraofensiva como “fora do cronograma”, talvez aludindo ao que Zaluzhnyi chama de “guerra posicional moderna”. Mais do que num impasse, a guerra está num ponto de viragem para já indefinido.