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Guerra na Ucrânia

Marcelo em Kiev: “Tudo o que é fundamental na vida da Ucrânia, neste momento, é fundamental na vida de Portugal”

Marcelo Rebelo de Sousa já chegou à capital ucraniana e tem uma agenda cheia. Vai visitar alguns dos locais mais massacrados pela ocupação russa e participar numa cimeira sobre a Crimeia para reforçar a posição de Portugal sobre a quem pertence legalmente aquele pedaço de território disputado. A 24 de agosto, dia da Independência da Ucrânia, vai encontrar-se com o Presidente Volodymyr Zelensky, a quem deve condecorar

Marcelo Rebelo de Sousa com a embaixadora ucraniana em Lisboa, Maryna Mykhailenko, e o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Yevhen Perebyinis, à chegada a Kiev
Rui Duarte Silva

Compasso de espera. Iria Marcelo Rebelo de Sousa ter as “condições de segurança” para passar a fronteira e visitar Kiev? Em Varsóvia, capital da Polónia, onde passou dois dias em visita de Estado, o Presidente da República não confirmou que iria à Ucrânia, apenas que gostaria muito de honrar um convite feito por Volodymyr Zelensky “há mais de um ano”.

As 48 horas seguintes obrigaram os meios de comunicação social a utilização engenhosa da língua portuguesa, que se conjugou no condicional.

Terça-feira à tarde, a televisão pública mostrava o Falcon do chefe de Estado no aeroporto polaco de Rzeszów, o mais próximo da Ucrânia, a cerca de 60 quilómetros da fronteira. A viagem de comboio dessa fronteira até à capital da Ucrânia foi feita durante a noite. Os comboios que trazem as mais altas figuras de cada nação até à Ucrânia não param nas linhas onde param todos os outros. O acesso é restrito, as plataformas são numa espécie de piso -1 da estação central de Kiev. Por volta das 7h30 da manhã (duas horas a menos em Lisboa), Marcelo Rebelo de Sousa desembarcou.

Apoio continuado ao país invadido

O primeiro objetivo, disse o Presidente, é dar continuidade ao apoio à Ucrânia que Portugal tem demonstrado. “É Portugal presente. A mostrar a sua solidariedade em todos os domínios: político, diplomático, humanitário, militar, tudo o que seja fundamental. E tudo o que é fundamental na vida da Ucrânia, neste momento, é fundamental na vida de Portugal”.

O segundo é participar na comemoração do Dia da Independência, quinta-feira, 24 de agosto. “É um dia muito especial, este ano ainda mais especial, numa altura em que há uma verdadeira adesão da comunidade internacional e numa altura em que está em curso uma contraofensiva por parte da Ucrânia para recuperar aquilo que é o seu território, a integridade do território, a afirmação da sua soberania”, explicou Marcelo.

Também vai marcar presença numa cimeira sobre a Crimeia, de forma presencial. Diz o Presidente que tal mostra que Portugal “nunca admitiu” que a Crimeia “deixasse de ser parte do território ucraniano”.