“Estamos profundamente convencidos de que o plano de paz ucraniano deve ser a base [das negociações], porque a guerra está a acontecer no nosso território." As palavras são de Andriy Yermak, chefe de gabinete de Volodymyr Zelensky, e Riade resolveu levá-las à letra. O mundo árabe tem, de uma forma geral, mantido a neutralidade desde a invasão da Ucrânia em larga escala, que começou em fevereiro de 2022. A explicação encontra-se nos laços militares e económicos que aquelas nações têm com Moscovo.
A Arábia Saudita, integrante do grupo OPEP+, tal como a Rússia, vinha permanecendo aliada do Kremlin, devido aos interesses mútuos de estabilizar os preços do petróleo. Agora, o reino da Península Arábica prepara-se para sediar uma cimeira para debater o plano para a paz proposto por Zelensky. “A Arábia Saudita está ansiosa para ser vista como um protagonista global, e a guerra na Ucrânia é a crise mundial proeminente”, explica ao Expresso Bruce Riedel, analista do Centro de Política do Médio Oriente e antigo conselheiro para questões do Sul da Ásia e Médio Oriente de quatro presidentes dos Estados Unidos. “Ao acolher essas conversações, os sauditas estão no centro do processo político. Isso pode irritar Putin, mas ele precisa da ajuda saudita no mercado mundial de petróleo, então não poderá opor-se às negociações.”