"Não é que o regime de Putin esteja mais fraco, mas agora sabemos que é mais fraco do que o que pensávamos.” É assim que reage Pavel Slunkin, antigo diplomata bielorrusso e analista do think tank European Council on Foreign Relations, à ameaça de revolta armada que opôs o líder do Grupo Wagner ao Kremlin, há cerca de uma semana. Tão inesperada quanto a insurgência de Yevgeni Prigozhin foi a reviravolta, que fez do Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, um protagonista improvável.
Prigozhin aceitou exilar-se na Bielorrússia e Putin pode respirar de alívio. Ou será que não é assim? Mesmo entre os analistas reina a dúvida, mas algumas ideias reúnem consenso. “Havia uma perceção no Ocidente de que Putin controlava tudo por dentro, com o seu poder monolítico e incontestável”, nota Slunkin, em entrevista ao Expresso. “Agora, em 24 horas, quase perde o poder, e o seu regime é desestabilizado.”