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Guerra na Ucrânia

Prigozhin, Putin e Lukashenko: o puzzle político que ajuda a perceber o golpe falhado na Rússia

Há mais incertezas do que respostas prontas sobre os dias que abalaram a Rússia. O chefe do Grupo Wagner, o Presidente e um terceiro protagonista improvável brindaram o mundo com uma charada

ROSTOV-ON-DON O chefe do grupo Wagner, Yevgeni Prigozhin, saindo do quartel militar a 24 de junho de 2023
Anadolu/Getty Images

"Não é que o regime de Putin esteja mais fraco, mas agora sabemos que é mais fraco do que o que pensávamos.” É assim que reage Pavel Slunkin, antigo diplomata bielorrusso e analista do think tank European Council on Foreign Relations, à ameaça de revolta armada que opôs o líder do Grupo Wagner ao Kremlin, há cerca de uma semana. Tão inesperada quanto a insurgência de Yevgeni Prigozhin foi a reviravolta, que fez do Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, um protagonista improvável.

Prigozhin aceitou exilar-se na Bielorrússia e Putin pode respirar de alívio. Ou será que não é assim? Mesmo entre os analistas reina a dúvida, mas algumas ideias reúnem consenso. “Havia uma perceção no Ocidente de que Putin controlava tudo por dentro, com o seu poder monolítico e incontestável”, nota Slunkin, em entrevista ao Expresso. “Agora, em 24 horas, quase perde o poder, e o seu regime é desestabilizado.”