“Os motivos de Yevgeny Prigozhin e quem - e o que ele - representa não são claros, pelo menos para mim.” Daniel Fried, antigo diretor do Conselho de Segurança Nacional norte-americano durante as presidências de Bill Clinton e George W. Bush, reuniu-se por várias vezes com Vladimir Putin, mas mesmo esse conhecimento da política russa não lhe dilui estas dúvidas, a que se somam mais algumas: quão próximo é o líder do Grupo Wagner do Presidente russo? Por que beneficia do privilégio de poder dizer o que diz? Por que o faz? Terá ambições políticas? “Quem é seu o protetor? Como é que os seus ataques ao Kremlin passam impunes, enquanto tantos outros caem das janelas?” O comportamento de Prigozhin, se Daniel Fried tivesse de adivinhar, “reflete os fracassos da Rússia nesta guerra e a raiva que isso provoca”. Mas estará Prigozhin, nos seus passos erráticos, a posicionar-se como agente de Putin, canalizando a “raiva” do chefe de Estado russo contra a liderança militar? Ou agirá sozinho?
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Prigozhin é só um homem enfurecido, diz o que Putin ordena ou vai tornar-se "o mestre dos fantoches"? O que quer o líder dos mercenários?
O seu caminho mediático tem sido feito aos ziguezagues. Ora vocifera contra os líderes do Kremlin, ora volta atrás e surge mais contido, a submeter-se à vontade de Putin. Ora anuncia uma vitória esmagadora em Bakhmut, ora admite uma derrota estrondosa russa na Guerra na Ucrânia. Que motivações tem, afinal, Yevgeny Prigozhin?