Harv Xavier considera-se um “hacktivista”, um neologismo que junta hacker e ativista. Fala com o Expresso a partir de Kiev, onde está a participar numa ciberguerra que é tão antiga quanto a invasão da Ucrânia pela Rússia. “Voluntariei-me para o IT Army há um ano para ajudar a proteger infraestruturas críticas dos ataques russos, e para conduzir missões de espionagem contra a ciberguerra russa”, explica Xavier, também conhecido online como Von Harvix.
O “IT Army da Ucrânia” não faz parte das Forças Armadas ucranianas, mas tem sido essencial para contrariar a avalanche de ataques informáticos de grupos pró-russos contra Kiev, e que têm sido capazes de roubar informação e “atrasar a entrega de comida, medicamentos e assistência humanitária”, diz Harv. Pelas suas contas, os grupos de hackers pró-Kremlin aumentaram os seus ataques contra a Ucrânia em 250% desde 2020 — e triplicaram contra países da NATO.