Pelo menos nove pessoas morreram esta quinta-feira na Ucrânia, na sequência de ataques com mísseis e drones lançados pela Rússia visando a capital e nove outros alvos em várias regiões do país. Volodymyr Zelensky já denunciou o que considera “táticas miseráveis” de Moscovo.
De acordo com as autoridades, morreu uma pessoa na região de Dnipro, três em Kherson e cinco em Lviv. O míssil que caiu em Lviv (no oeste da Ucrânia, perto da fronteira com a Polónia) matou cinco pessoas que estavam em casa e originou um incêndio que destruiu três edifícios residenciais, três carros e uma garagem, detalhou o governador Maksym Kozytskyi numa publicação na rede social Telegram.
Em Kherson, no sul do país, os bombardeamentos fizeram três mortos. “Os terroristas russos bombardearam Kherson pela manhã. Atingiram uma paragem de transportes públicos. Três pessoas morreram por causa dos bombardeamentos”, relata o chefe de gabinete presidencial ucraniano, Andriy Yermak, citado pela AFP.
Em Dnipro, a quarta maior cidade, situada no sudeste do país, uma pessoa foi morta e duas ficaram feridas. Infraestruturas energéticas e industriais também foram danificadas na região.
Zelensky e Kuleba condenam “barbárie russa”
“O inimigo lançou 81 mísseis, numa nova tentativa de intimidação dos ucranianos, recorrendo de novo a táticas miseráveis”, condenou o Presidente da Ucrânia no Telegram. Os ataques visaram Kiev e nove outros alvos no centro, sul e oeste do país, acrescentou Zelensky.
Também o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, denunciou que “a Rússia lançou um ataque massivo de mísseis e drones contra a Ucrânia durante a noite, levando à perda de vidas e à danificação de infraestruturas civis. [Não há] nenhum objetivo militar, apenas a barbárie russa. Chegará o dia em que Putin e os seus aliados serão responsabilizados por um Tribunal Especial”, escreveu no Twitter.
O comandante-chefe das forças armadas ucranianas, general Valery Zalujny, indicou que foram abatidos 34 dos 81 mísseis lançados pelos russos e quatro drones (veículos aéreos não tripulados), na vaga de ataques contra “infraestruturas essenciais” e edifícios residenciais na Ucrânia.
Também a central nuclear de Zaporíjia, ocupada pelo exército russo, ficou sem ligação à rede elétrica ucraniana.
Explosões registadas em Kiev
Em Kiev foram ouvidas explosões esta manhã, na sequência dos ataques russos, disse o presidente da câmara da capital ucraniana, Vitali Klitscho.
“Explosões no bairro de Holosiivskyi da capital. Todos os serviços [de emergência] estão a deslocar-se para o local”, disse nas redes sociais, referindo-se a uma zona no sul da cidade.
O autarca deu ainda conta de outra explosão na zona oeste da capital ucraniana, onde pelo menos duas pessoas ficaram feridas.
“Uma outra explosão na capital. Bairro de Sviatochyne. [Serviços de] socorro a caminho do local. Dois veículos estão em chamas no pátio de um edifício residencial”, escreveu no Telegram, precisando que duas pessoas daquele bairro tinham sido feridas e hospitalizadas.
Várias regiões ficaram sem energia
Devido aos ataques russos, a energia foi desligada preventivamente nas regiões de Kiev, Dnipropetrovsk, Donetsk e Odessa, disse a empresa fornecedora.
Na região de Odessa, no sul do país, o governador, Maksym Marchneko, informou que “mísseis atingiram as infraestruturas energéticas regionais e danificaram edifícios residenciais”, descrevendo um “ataque maciço de mísseis”. "Felizmente, não registámos vítimas", declarou o responsável, acrescentando terem sido acionadas "restrições no fornecimento de eletricidade".
Também em Kharkiv, o presidente da câmara, Igor Terekhov, disse que “a infraestrutura energética” foi visada, criando problemas no fornecimento de eletricidade em algumas zonas da cidade.