Mesmo que a guerra só tivesse durado seis semanas, a 1ª Brigada de Carros de Combate do Exército Ucraniano já tinha lugar assegurado na História. Foram estes homens e os seus tanques que evitaram a entrada das forças russas na cidade de Chernihiv, perto da fronteira bielorrussa. O cerco durou seis semanas. Depois seguiram pela autoestrada que leva a Kiev, disparando sobre o semicírculo que a coluna de mais de 60 quilómetros de tanques russos manteve à volta da capital durante um mês.
Em teoria, era uma batalha impossível. A brigada tinha cerca de 2000 homens e perto de 100 tanques T-64B e T-64BM, os melhores do inventário ucraniano, mas o contingente inimigo, que penetrou sem resistência até aos arredores das duas cidades, tinha mais de 20 mil homens e “incontáveis” tanques, conta “Libelinha”, nome de guerra do soldado de 26 anos que nos mostra o aquartelamento de parte da brigada, hoje posicionada perto de Vuhledar, pequena cidade entre a linha da frente a leste, em Donetsk, e a sul, na região de Zaporíjia. Este é um dos cenários mais violentos da guerra.