Durante uma hora, os médicos tentaram reanimar um menino de oito anos, atingido pela explosão de uma mina na cidade de Kherson, no sul da Ucrânia. Em vão. O episódio gerou indignação nos últimos dias, segundo o jornal “The New York Times”, mas o problema remonta aos primeiros meses da ocupação russa na Ucrânia. A cada área libertada pela Ucrânia, surge uma descoberta: as minas antipessoais vão deixando em estilhaços vidas humanas e impedindo a restauração da normalidade em território ucraniano.
Não é uma tática belicista nova. Na verdade, os explosivos atormentaram várias gerações de vítimas de guerra, do Vietname ao Afeganistão e ao Iraque, países em que, durante décadas após estabelecida a paz, as minas continuaram a matar e a mutilar. É também o que estão a descobrir os civis ucranianos após a retirada dos russos: grandes áreas verdes, já sem perigos visíveis, podem não ser seguras para uma caminhada ou para as simples tarefas do quotidiano.