Guerra na Ucrânia

MNE de Madagáscar demitido após voto na ONU a condenar anexações russas na Ucrânia

O Presidente de Madagáscar, Andry Rajoelina, demitiu o chefe da diplomacia, Richard Randriamandranto, sem o justificar, uma semana depois de Madagáscar ter votado na ONU uma resolução de condenação das "anexações ilegais" russas de territórios ucranianos

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Na terça-feira, antes de uma viagem prevista para Marrocos, o Presidente assinou o decreto de destituição do ministro, cuja pasta é assumida interinamente pelo ministro da Defesa.

Na sequência da invasão russa da Ucrânia, Madagáscar adotou uma política de não-alinhamento, apesar do convite da União Europeia e dos Estados Unidos para condenar a Rússia.

Em 12 de outubro, Madagáscar, juntamente com outros 142 países, condenou as "anexações ilegais" russas na Ucrânia, rompendo com a linha política adotada pelo país desde o início da guerra.

No sábado, o canal público TVM difundiu reportagens acusando o ministro dos Negócios Estrangeiros de ter tomado a decisão sem consultar nem o chefe de Estado nem o primeiro-ministro.

A informação foi divulgada pela imprensa malgache na segunda-feira, em que o ministro é acusado de insubordinação.

Na terça-feira, na Assembleia Nacional, Richard Randriamandranto recusou-se a responder a perguntas da imprensa, limitando-se a dizer: "Não devemos criar discórdia".

Para a oposição, o coordenador nacional do partido HVM, Rivo Rakotovao, o ministro "só fez o papel de espoleta para corrigir um erro diplomático".