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Guerra na Ucrânia

NATO quer comprar equipamentos de defesa aérea e mísseis para preencher “lacuna” que a ameaça russa destapou

Para proteger os céus europeus, 14 aliados da NATO e a Finlândia vão comprar vários sistemas de defesa antiaérea, numa altura em que a ameaça russa tornou evidente a falta de investimento nestes equipamentos modernos e caros

Patriot
Handout

Catorze Estados-membros da NATO e a Finlândia vão comprar, em conjunto, sistemas de defesa aérea caros e modernos para garantir “segurança na Europa”. A iniciativa chama-se European Sky Shield (Escudo Europeu do Céu, na tradução livre) e foi anunciada pela ministra da Defesa da Alemanha esta quinta-feira. O objetivo é preencher uma “lacuna” na defesa antiaérea que se tornou evidente no “cenário de guerra” atual, considera o major-general João Vieira Borges, em declarações ao Expresso.

Reunidos em Bruxelas, na sede da NATO, os ministros da Defesa de 14 membros da Aliança Atlântica e a parceira Finlândia assinaram uma Carta de Intenções para adquirir equipamento de defesa aérea e mísseis como o Arrow 3, o Patriot e o Iris-T. “Com esta iniciativa, estamos a cumprir a nossa responsabilidade conjunta pela segurança na Europa — juntando os nossos recursos”, disse a ministra da Defesa alemã, Christine Lambrecht.

A intenção de comprar estes equipamentos é motivada pela guerra na Ucrânia: os países europeus estão “preocupados” com a ameaça russa, afirma João Vieira Borges. “Há uma lacuna na defesa antiaérea, que não era uma ameaça muito provável mas passou a ser, como estamos a ver no cenário de guerra global, do Ocidente contra a Rússia, e há que acautelar essa situação”, diz o professor de estratégia militar e relações internacionais.